Cerca de 60 líderes da área de delivery da T-Systems do Brasil, provedora alemã de soluções e serviços de TI, participaram, ao longo de 2017, do primeiro treinamento de lideranças desenvolvido pela própria empresa. A iniciativa foi coordenada por Angélica Vitalli, vice-presidente de delivery da companhia, área que reúne hoje cerca de 1,8 mil pessoas.
De acordo com a executiva, a iniciativa nasceu da necessidade de preparar o time de delivery da T-Systems para se tornar referência em processos de transformação digital. “Quando se fala em transformação digital, a primeira coisa que precisa mudar são as pessoas. O comportamento precisa mudar”, afirma.
Para começar a transformação dentro de casa, Angélica percebeu que era preciso nivelar as lideranças de sua área. Como grande parte deles tinha formação técnica, era preciso transforma-los em líderes capazes de entender os membros de suas equipes e os clientes. “Neste novo mercado, precisamos de uma liderança que faça a diferença na composição do serviço”, defende.
A ideia de desenvolver o curso internamente tinha como foco a oportunidade de tratar de problemas e situações bem específicas da empresa. Ao longo de 2016, o curso foi desenvolvido por Angélica e os seis diretores de sua área com a participação dos business partners de RH e de Finanças e da assistente da área de delivery. Cada um assumiu o compromisso de desenvolver um ou dois módulos e, ao final do ano, a companhia contava com um programa de 10 módulos pronto para ser ministrado. Cada módulo foi criado e desenvolvido de acordo com as necessidades do time. Entre os temas abordados, estão o papel do líder, comunicação, gestão do tempo, como cativar o público-alvo e os aspectos legais na prestação do serviço.
Para que o conteúdo fosse passado aos líderes, a área de delivery realizou duas reuniões mensais, com 30 deles em cada uma. Nestes dias, sempre às terças e quintas-feiras, Angélica, os diretores e os líderes se reuniam por 8 horas e, durante este período, discutiam o tema, realizavam dinâmicas e se aprofundavam no tema daquele módulo.
Angélica afirma que o conteúdo apresentado era relevante, mas não tanto quanto a troca de experiências e a possibilidade que todos tiveram de falar de seus problemas. Para isso, também os estudos de caso apresentados foram da própria T-Systems, outro diferencial em relação a cursos externos.
“Todas as dinâmicas tiveram participação obrigatória minha e dos diretores. Decidimos que, se alguém tinha que ‘pagar mico’, seríamos nós”, diz. Além disso, as reuniões contaram com vídeos gravados pelos clientes da T-Systems, comentando o que os encanta em seus fornecedores. “Sete clientes participaram, e isso foi importante para avaliar se estávamos perto ou longe de encantá-los”, afirma.