Por Paulo Exel*
À medida que a tecnologia avança e se populariza, ela quebra paradigmas, cria novos negócios, modifica as relações e os hábitos de consumo, altera a lógica de mercado e acaba por causar mudanças estruturais em diversos setores da sociedade. Nos últimos anos, o conceito de organizações exponenciais transformou a maneira como consumimos alguns serviços e mudou, também, as relações de trabalho e contratação entre empresas e colaboradores.
Organizações exponenciais são empresas criadas tendo a tecnologia como base. Em outras palavras, a tecnologia é o coração desse tipo de organização, uma vez que por meio dela é possível fazer com que um produto ou serviço seja disponibilizado em grande escala, possibilitando que a empresa cresça exponencialmente.
Outra característica é que essas são empresas desburocratizadas hierarquicamente, com poucos ativos e alta capacidade de inovação, que permitem um potencial de crescimento muito maior se comparado a empresas tradicionais.
Bons exemplos de organizações exponenciais são Uber, de mobilidade, e Airbnb, de hospedagem. Nenhuma dessas empresas tem funcionários na linha de frente. Quem presta o serviço ao cliente é um parceiro.
Sendo exponencial ou não, as empresas irão se tornar cada dia mais tecnológicas
Esse novo modelo de negócio, aliado a todas as transformações comportamentais pelas quais a sociedade vem passando, estão evidenciando relações de trabalho mais flexíveis e totalmente diferentes dos padrões burocráticos, com horários engessados e políticas rígidas em que estávamos acostumados até então.
Antenadas a essas mudanças sociais, as relações de trabalho vêm se modificando em todos os níveis, portes e segmentos empresariais. O fato é que, sendo exponencial ou não, as empresas irão se tornar cada dia mais tecnológicas. E acompanhar as transformações que elas trazem é algo imprescindível, mais cedo ou mais tarde. Criar formas de trabalho que agradem aos colaboradores tem se tornado quase que uma obrigação para as companhias tradicionais. Por isso, muitas já recorrem a formatos de trabalho remoto, horários flexíveis e por entregas, ou seja, resultados avaliados por projetos e não por horas trabalhadas.
Por outro lado, esse novo mercado de trabalho vai exigir também habilidades diferenciadas do trabalhador. Os que tiverem preocupados em manterem-se necessários nesse novo cenário precisam buscar um conjunto de aptidões que possam acompanhar um ambiente disruptivo e de constantes transformações.
Entre as habilidades mais demandadas estão a capacidade de trabalhar por projetos, inteligência emocional e até empreendedorismo, que passa a ser desenvolvido dentro da própria empresa, pelos colaboradores.
Aptidões voltadas à criatividade e empatia ganham grande relevância
Obviamente, conhecimentos em tecnologia são muito valorizadas (seja em programação, engenharia de dados, segurança da informação). Num mundo onde inteligência artificial e robótica estão cada dia mais presentes e disseminados, sentir-se à vontade com recursos tecnológicos é um requisito fundamental para quem deseja se destacar.
No entanto, as aptidões mais voltadas à criatividade e empatia também ganham grande relevância, visto que as máquinas automatizam processos e produzem resultados massificados, enquanto o ser humano é capaz de personalizar experiências e criar conexões entre pessoas, produtos e serviços.
Estamos vivendo um momento de transição. O cenário atual é o intermediário, entre um passado recente e um futuro que ainda se desenha. De um modo geral, os profissionais precisam estar atentos aos sinais e às demandas que o mercado começará a solicitar. Observar e entender sempre o momento da empresa, onde ela pretende chegar e alinhar o que é esperado de uma determinada atividade é a única maneira de acompanhar as mudanças.
Uma coisa é fato: o conhecimento em tecnologia, a sensibilidade para gestão de pessoas e a habilidade de manter-se atualizado frente a esse contexto de mudança serão cada dia mais cobrados dos profissionais do futuro. Esteja preparado(a)!