Pesquisa realizada pela consultoria DOM Strategy Partners, com 614 executivos, em sua maioria vice-presidentes e diretores da área de Recursos Humanos das 1.000 maiores empresas do país, concluiu que o maior desafio do RH na atualidade é entender, produzir e evoluir junto com a transformação digital: 70% dos entrevistados consideram os impactos das novas tecnologias e do mundo digital como o principal motivador para realizarem mudanças bruscas no setor.
Frente à tendência crescente da colaboração remota e por projetos – mais vinculada à visão de entregas e não de tarefas –, 78% dos entrevistados afirmaram que a questão humana-profissional deveria receber mais investimentos do que o programado, uma vez que nesse momento o foco dos próximos anos parece estar em investir mais em tecnologias e plataformas do que na questão humana em si.
“A gestão de pessoas será potencializada com o uso prioritário de tecnologias que levam para um RH cada vez estratégico, inteligente, mas, acima de tudo, que potencializam os talentos e competências individuais em prol do todo – empresa, clientes, próprio colaborador”, explica Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners.
Para 72% dos executivos o dilema está em não saber ao certo o que e como entregar ou, até mesmo, como se posicionar estrategicamente para um RH mais inteligente. Já o desafio para 67% é codefinir com a organização e com o próprio colaborador a estratégia mais adequada de desenvolvimento e capacitação de seus profissionais e times para os novos cenários sustentados por conceitos digitais.
78% acham que a questão humana-profissional deveria receber mais investimentos do que o programado
Outro desafio crítico do novo RH é desenvolver os colaboradores para que tenham velocidade e acurácia de resposta aos estímulos e desafios impostos, fazendo com que busquem a diferenciação e sejam capazes de criar, implementar e disseminar o conhecimento de valor. Sendo assim, 61% já acreditam que a educação e autoeducação são os elementos mais facilitadores das mudanças necessárias e desejáveis frente aos novos desafios impostos pelos mercados e pelas transformações sociais e tecnológicas.
O estudo sinaliza que em mercados agressivos, quando os talentos são fortemente assediados pela concorrência ou fogem da incerteza buscando outras empresas, possuir um RH capaz de criar mecanismos de gestão e proteção do investimento em capital intelectual é fundamental. Por isso, o conhecimento se torna um ativo essencial para as companhias, mas que precisa ser customizado e organizado para a aplicação ready to use, focada em resultados.
Diante desses insights, o estudo também traz à luz para o mercado de RH a qualificação do chamado colaborador N.0, aquele que está acompanhando todas as ondas de transformação digital e incorporando seus conceitos, práticas e ferramentas no arsenal de trabalho.
“É um novo tipo de profissional que terá que gerenciar o crescente e desgovernado volume de trabalho em alta produtividade; construir sinergia e integração com os demais colaboradores – respeitando fusos horários e momentos produtivos individuais, assim como não se esquecer de cumprir metas e prazos estabelecidos de acordo com os padrões corporativos, conciliando positivamente sua vida pessoal e corporativa”, explica Domeneghetti.