Daniele Schmidt*
Em um cenário cada vez mais competitivo, inovação e resultados deixaram de ser diferenciais e se tornaram premissas essenciais para as instituições, e é nas pessoas que reside uma das maiores vantagens competitivas.Essa é a convicção que sustenta a estratégia de Pessoas e Cultura do Sicredi que, recentemente conquistou um reconhecimento internacional e foi eleito uma das Melhores Empresas para Trabalhar na América Latina em 2025, segundo o ranking GPTW LATAM (Great Place To Work®). A premiação, considerada uma das mais relevantes do mundo corporativo, reforça um trabalho contínuo em busca de excelência na cultura organizacional e o compromisso com o bem-estar das pessoas colaboradoras
Quando o objetivo é construir uma cultura organizacional centrada nas pessoas, o modelo cooperativo surge como diferencial competitivo, ao mesmo tempo em que fortalece os pilares financeiro e econômico da sustentabilidade. Segundo o estudo “Impactos do Cooperativismo de Crédito para o Desenvolvimento Econômico e Social no Brasil”, realizado pelo Sistema OCB em parceria com a FIPE, o cooperativismo de crédito exerce um papel decisivo no fortalecimento da economia e da sociedade. A pesquisa aponta que sua atuação contribui para o aumento do PIB per capita, a geração de empregos e a elevação da arrecadação tributária nos municípios. Os dados apontam que, nas cidades onde essas instituições atuam, há um incremento de 10% no PIB per capita, aumento de 15,1% no total de vagas de emprego e de 15,6% no número de estabelecimentos comerciais.
Além desses efeitos diretos, o modelo cooperativo amplia a inclusão financeira, estimula a concorrência no Sistema Financeiro Nacional (SFN), ajuda a reduzir a pobreza e as desigualdades sociais, fortalece o agronegócio e eleva os índices de produtividade em diversas regiões do país. O cooperativismo é a base da cultura organizacional e inspira a forma como o ambiente de trabalho é estruturado, unindo desenvolvimento profissional e propósito, e orienta a clareza dos resultados entregues à sociedade, demonstrando que as pessoas são a chave para gerar valor de forma duradoura.
No Sicredi, o maior ativo são as pessoas colaboradoras e o impacto gerado nas comunidades. Por isso, a gestão é pautada por escuta ativa, inclusão, desenvolvimento contínuo e fortalecimento dos vínculos humanos. Prosperidade não é apenas um resultado financeiro, mas o propósito que norteia o negócio. Esse modelo conecta impacto social e resultado econômico, reforçando que o crescimento das regiões em que o Sicredi atua começa de dentro para fora: colaboradores valorizados e engajados geram relacionamentos mais fortes e maior fidelização dos associados.
Esse ciclo virtuoso precisa ser comprovado por indicadores. No Sicredi, quanto maior a satisfação interna dos colaboradores, medida pelo Employee Net Promoter Score (E-NPS), maior é a confiança e a recomendação dos associados, refletida no Net Promoter Score (NPS). Esse alinhamento entre experiência interna e percepção externa consolida um dos principais diferenciais competitivos da instituição, presente em diferentes pesquisas e levantamentos.
Estes indicadores refletem o engajamento dos colaboradores e a taxa de adesão de 90% à pesquisa de clima organizacional demonstra o sentimento de pertencimento que permeia a instituição, fruto de uma atuação integrada entre o Centro Administrativo Sicredi (CAS), centrais e cooperativas, que compartilham o mesmo compromisso de colocar o desenvolvimento humano no centro da estratégia. Entre os principais fatores de motivação identificados pelos colaboradores estão o orgulho de pertencer, as oportunidades de crescimento profissional e a forte conexão com os valores da instituição.
Em um cenário no qual a reputação corporativa se tornou um ativo estratégico, é essencial entender que cultura forte constrói marca forte. Valores vividos no dia a dia, traduzidos em comportamentos coerentes, são os alicerces de uma reputação positiva e duradoura. A coerência e a constância das ações, sejam elas voltadas a colaboradores, associados ou comunidades, são a verdadeira tradução de uma marca sólida.
Como já destacou Warren Buffett: “são necessários 20 anos para construir uma reputação e apenas cinco minutos para destruí-la”. Essa reflexão é um alerta para empresas de todos os setores: saber lidar com as expectativas de cada stakeholder não é apenas desejável, mas uma habilidade estratégica fundamental no atual contexto dos negócios.
Nesse contexto, torna-se evidente que a verdade interna, traduzida em valores vividos, práticas consistentes e cultura organizacional autêntica, é o que sustenta a verdade externa, percebida por clientes, parceiros e sociedade. As diferentes gerações, cada uma com sua forma de consumir, trabalhar e se relacionar com marcas, estão cada vez menos tolerantes a dissonâncias entre discurso e prática. Para os mais jovens, especialmente, a coerência é um fator de confiança; já para gerações mais maduras, é um pilar de credibilidade. Em comum, todas exigem que as empresas alinhem o que são por dentro ao que comunicam para fora.
Ao ser reconhecido como o melhor lugar para trabalhar no Brasil em 2024, o Sicredi não apenas valida sua estratégia de Pessoas e Cultura, mas também reforça seu compromisso de participar ativamente das discussões sobre cultura organizacional e ambiente de trabalho. Essa participação é essencial para ampliar o reconhecimento da marca no cenário nacional, especialmente entre profissionais de Recursos Humanos e talentos em busca de ambientes mais humanos, colaborativos e com propósito claro.
Em síntese, o case do Sicredi mostra que, quando a cultura organizacional é sólida, vivida e compartilhada, ela se torna a verdadeira força motriz do negócio. Afinal, pessoas inspiradas e engajadas não apenas constroem resultados, mas também sustentam a reputação e a perenidade de uma instituição.
Daniele Schmidt é Diretora executiva de Pessoas e Cultura do Sicredi*