Cenário Desafiador da Saúde Corporativa em 2026

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Luiz Edmundo Rosa

Diretor de Saúde e Bem-Estar da ABRH Brasil

Uma conjunção de fatores vai pressionar ainda mais a gestão da saúde nas empresas em 2026, e eles precisarão ser cuidadosamente tratados.

Você sabe qual é o índice de endividamento dos seus empregados? Essa pergunta, dirigida a CEOs e gestores de RH, tem causado mais desconforto do que respostas. Quase ninguém sabe. Contudo, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o endividamento atingiu, em 2025, cerca de 78,5% das famílias, quase 4 em cada 5! Por que sua empresa estaria imune a essa realidade?

Segundo a Serasa, estamos diante de um cenário de crescente inadimplência, com milhões de brasileiros com contas atrasadas, principalmente no cartão de crédito. A situação se agrava quando muita gente recorre à sorte, jogando nas bets. E, quando o dinheiro acaba, muitos apelam para o e-consignado, obtendo crédito facilmente pelo celular, mas comprometendo seus salários futuros a ponto de zerar seus contracheques.

Qual é o impacto do endividamento na vida das empresas? Como fica a saúde mental das pessoas? Que riscos as organizações correm com isso? O que fazer quando temos pessoas extremamente endividadas em postos-chave?

Um dos antídotos para isso seria a educação financeira. Mas onde ela está? Poucas empresas têm programas eficazes, embora sempre seja possível aprender com quem está fazendo certo.

Ao endividamento somam-se as demais dificuldades do cotidiano e as fragilidades da gestão nas empresas. Fala-se muito em líderes tóxicos, insensíveis e despreparados para lidar com as limitações e problemas de suas equipes. Pouco se fala dos líderes que estão intoxicados pelas pressões que recebem de todos os lados.

Um estudo da FGV e da Engaja S/A (2025) mostrou que a ansiedade nos cargos de liderança era elevadíssima (78%), quase quatro vezes a de suas equipes (20%). Se nada fizermos, o consumo de medicamentos de tarja preta (ansiolíticos e antidepressivos) continuará crescendo, acompanhado pela elevação do estresse, da ansiedade e da depressão nas empresas.

Como preparar esses líderes para lidar com suas próprias dificuldades e, assim, cuidarem melhor de suas equipes? Quem está fazendo bem esse trabalho?

Sabemos que, em maio de 2026, terá início a fiscalização do cumprimento da NR-1, norma que define regras para o mapeamento de riscos psicossociais e para os planos de ação destinados a corrigi-los. Quantas empresas estão prontas para responder às novas exigências?

Como evoluirão os programas de promoção e prevenção à saúde com a chegada da IA e de novas tecnologias? Como essas inovações poderão melhorar os resultados em saúde? E de que forma as startups podem contribuir?

Temos ainda a questão do crescimento acelerado dos custos, especialmente dos planos de saúde. Seria uma fatalidade inevitável?

Uma pesquisa feita pela ABRH (2025) indica que não. Há caminhos já sólidos de sucesso. Cerca de 15% das empresas no Brasil conseguem gerenciar a saúde corporativa com competência, qualidade e reajustes abaixo de 5% ao ano. Por que as demais 85% não conseguiriam fazer o mesmo? É hora de aprender com quem vem obtendo resultados consistentes.

Os desafios aqui descritos terão um espaço de reflexão e de descoberta de soluções possíveis durante o CONARH Saúde 2026.

A ABRH Brasil espera contar com sua participação no dia 31 de março, no WTC, em São Paulo.

Consulte nosso site:https://conarh.org.br/saude/

Por: ABRH Brasil

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