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Segundo a especialista, é possível transformar esses vícios em virtudes
Geralt/Pixabay
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Recursos tecnológicos como internet, redes sociais e WhatsApp consomem o tempo e a produtividade das equipes e já são considerados vícios nos dias atuais. “Estamos na era dos vícios tecnológicos, que transformam nosso cotidiano há 20 anos e já são até considerados vícios inofensivos, porém, eles estão ocupando cada vez mais a rotina dos indivíduos, subtraindo horas da rotina e atenção focada no trabalho”, afirma a neurocientista Carla Tieppo.

Ela lembra que há também os vícios tidos como perniciosos (comida, tabaco, álcool e drogas), mostrando que o cérebro seleciona comportamentos que, de forma ou outra, proporcionam prazer e, por isso, as pessoas tendem a repeti-los.

“Nossos vícios passam a ser a expressão de nossos comportamentos, como se tivéssemos nascido com eles e tivéssemos que mantê-los para sempre como marcas de nossa personalidade. A neurociência nos mostra que a plasticidade cerebral permite mudanças importantes, bem profundas, em nossa forma de ser e agir, abrindo espaço para a substituição de comportamentos viciosos por comportamentos virtuosos”, explica Carla.

Segundo a especalista, é possível fazer uma análise do peso dos ciclos viciosos e dos ciclos virtuosos do cotidiano das pessoas, em especial na rotina de trabalho. e ajudá-las a desenvolverem mais controle sobre a dinâmica vícios e virtudes.

“Em nosso cérebro, os mecanismos que favorecem a escolha pelos vícios precisam de uma oposição consciente muito forte para que sejam substituídos por comportamentos virtuosos, mas isso é totalmente possível”, garante.

A neurocientista acrescenta ainda que a melhor forma de lidar com essa dinâmica entre vícios e virtudes é promover o autoconhecimento e aumentar a resistência a frustrações, porque só os comportamentos virtuosos permitem obter virtudes. Esse processo pode ser bem-sucedido através do conhecimento, da determinação e da adoção de mecanismos que promovem a construção de hábitos  saudáveis.