Representante global dos profissionais de Recursos Humanos, a WFPMA – World Federation of People Management Associations iniciou 2019 com um grande feito: a conquista do status de observer member da OIT – Organização Internacional do Trabalho, única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, ou seja, com a participação de representantes de governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores de seus Estados-membros.
Desde junho passado presidida pela brasileira Leyla Nascimento (foto), a WFPMA, que reúne entidades de RH de 93 países, já vinha pleiteando a possibilidade de poder contribuir com a OIT, o que se configurou agora. Na entrevista a seguir, a presidente, que também ocupa a vice-presidência de Relações Internacionais da ABRH-Brasil, comenta a conquista da Federação Mundial.
ABRH-BRASIL – Como a WFPMA obteve o status de observer member?
LEYLA NASCIMENTO – Já há alguns anos vínhamos pleiteando essa possibilidade e, nesta gestão, reenviamos todas as credenciais e detalhamento da missão da nossa entidade de modo a justificar a importância de participação.
ABRH – Qual é o significado dessa conquista?
LN – É uma conquista histórica, alvo de comemoração por ser o trabalho e a geração de renda algumas das inúmeras pautas das áreas de Recursos Humanos. A federação mundial reúne 93 países que possuem suas associações nacionais, como é o caso da ABRH-Brasil, e que geram certamente uma amostra das tendências e demandas das organizações e dos profissionais de RH no pilar do Trabalho.
ABRH – Qual será o papel da WFPMA?
LN – Ainda estamos analisando junto à OIT o nosso papel. Participaremos da próxima Conferência Internacional do Trabalho, realizada pela OIT em Genebra (Suíça), onde são discutidas agendas importantes do mundo do trabalho. Na Federação, temos principalmente interesse nas discussões sobre o futuro do trabalho, a sua relação com a melhoria da qualidade de vida e novas formas de relações laborais.
ABRH – Como será o envolvimento dos 93 países? Será formado um comitê para contribuir com a federação?
LN – Em abril próximo, teremos a reunião do board da World Federation, que acontecerá em Montreal, Canadá, e esse será um dos assuntos da pauta de discussões. Nosso objetivo é buscar a melhor forma de integrar e interagir com as associações nacionais, de modo a compartilhar suas demandas nessa participação na OIT.
ABRH – A OIT tem parcela expressiva do seu trabalho focado em questões críticas do mundo do trabalho: exploração de mão de obra, trabalho em regiões de pobreza extrema, inserção dos jovens de baixa renda no mercado de trabalho, geração de empregos sociais, entre outros. Como a área de RH poderá contribuir nesses temas?
LN – As empresas são amostras da sociedade em que vivemos e as diversas áreas de Recursos Humanos têm um olhar atento nas questões sociais. Esses temas são objeto de nossas ações prioritárias para a qualidade de vida e de trabalho das pessoas.
ABRH – Como presidente da WFPMA, qual é a sua visão sobre o impacto da presença da entidade na OIT?
LN – Primeiramente, somos a Federação de profissionais que cuidam do ser humano nos diversos ambientes de trabalho. Além disso, temos a voz, trabalhos e práticas de RH de 93 países, que estão presentes nos cinco continentes. São eles que compõem a Federação Mundial através das cinco entidades continentais: a Asia Pacific Federation of Human Resource Management (APFHRM), a European Association for People Management (EAPM), a Interamerican Federation of Human Resource Management (FIDAGH), a The North American Human Resource Management Association (NAHRMA) e a African Human Resources Confederation (AHRC). E, por fim, mais do que a dimensão quantitativa, nossa presença mundial é qualitativa, com estudos, pesquisas e práticas realizados pelos países afiliados a essas entidades. Certamente, essas razões permitirão à nossa Federação levar uma visão diferenciada e expressivamente contributiva ao trabalho da OIT.
Foto: Paulo Uras|Pinguim Pictures