aAinda assim, empresas devem se abrir mais para os jovens, diz superintendente do Ciee
O Ciee – Centro de Integração Empresa-Escola, divulgou, na terça (16), o levantamento de empregabilidade para aprendizes e estagiários do primeiro trimestre de 2019. O número de vagas no país cresceu de 107.881 no primeiro trimestre de 2018 para 120.796 no mesmo período deste ano, alta de 12%.
Na visão de Humberto Casagrande, superintendente geral do Ciee, os números poderiam ser ainda melhores se as empresas parassem de olhar para a contratação de jovens como uma ação social e passassem a encará-la como uma poderosa ferramenta de Recursos Humanos.
Para dar uma ideia do potencial de contratação dessa fatia da população – a que mais sofre com o desemprego no Brasil, de acordo com o IBGE –, só 40% das empresas cumprem a Lei do Aprendiz. São 400 mil vagas, quando a meta é ter 1 milhão. “As 60% restantes alegam que é caro fazer a contratação, que esse é um problema social e que cabe ao governo, que é custo Brasil. A mesma visão se aplica aos estagiários”, salienta Casagrande.
Ele rebate afirmando que contratar jovens não é favor algum, mas uma forma de oxigenação e sobrevivência das empresas. “É preciso que haja uma grande população de jovens nos ensinando a nova cultura desse mundo disruptivo. As empresas não podem ser anacrônicas e o combate ao anacronismo, que as destrói, se faz sendo permeável aos jovens”, afirma.
Marcelo Gallo, superintendente nacional de operações do Ciee, completa: “Nós somos a ponte entre os jovens e dependemos de acordos com empresas privadas e públicas para disponibilizar mais vagas”.
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O levantamento também apontou que as média de estagiários por empresa varia nas diferentes regiões do país. No Centro-Oeste e no Distrito Federal, a média é de 3,06 ante 3,84 na Grande São Paulo; 3,24 no Nordeste; 3,67 no Norte; 3,71 no leste do interior paulista; e 3,38 no oeste do interior paulista.
Já o tempo médio que cada jovem permanece em um mesmo estágio varia entre 6,7 meses na região Centro-Oeste a 7,9 meses na Grande São Paulo, com a máxima permanência, de 9,9 meses, registrada no Nordeste.
Dentre o perfil destes jovens, destaca-se a predominância de estudantes do sexo feminino como maioria no mercado, respondendo por 65% das vagas ocupadas de estágio e 52.7% dentre aprendizes contratados.