Estudo mostra, ainda, que geração X não tolera falta de reconhecimento
Austin Distel/Unplash
Na hora de escolher um empregador, o critério de desempate nem sempre é salário e benefícios. De acordo com a pesquisa Randstad Employer Brand Research 2019, realizada com 4.073 profissionais brasileiros, o que faz a geração Z (18 a 24 anos) sair de cima do muro é a empresa oferecer boas oportunidades de treinamento, enquanto os Millenials (25 a 34 anos) optam por quem tem escritório bem localizado.
“A atual faixa etária mais jovem do mercado de trabalho procura por quem possa guiá-lo e treiná-lo para sua carreira. Essa geração quer uma base sólida, com aprendizados técnicos ao invés de teóricos. Já os Millenials reforçam a importância de pensarmos a mobilidade a favor do mercado de trabalho e descentralizar os bairros comerciais”, explica Fabio Battaglia, presidente da Randstad no Brasil.
A flexibilidade, palavra da moda em todas as empresas, chama a atenção dos profissionais de todas as idades, mas especialmente das lideranças, uma vez que a geração X (35 a 54 anos) considera o regime flexível um ponto mais relevante em um empregador do que as demais faixas etárias.
“Isso demonstra que os atuais líderes das empresas se preocupam cada vez mais com políticas flexíveis e qualidade de vida. A tendência é que isso se reflita cada vez mais no estilo de gestão desses profissionais”, explica Battaglia. Já os Boomers (55 a 64 anos) ficam de olho em oportunidades de carreira.
Ficar ou sair?
Quando o assunto é retenção de talento, a pesquisa também dá algumas dicas. Enquanto a geração Z tende a ficar em uma empresa com uma administração robusta, muito por expectativa de desenvolvimento de carreira e estabilidade, esses mesmos profissionais preferem sair se não se sentem desafiados. Os Millenials, por sua vez, valorizam o empregador que oferece bom conteúdo profissional, mas não toleram tanto se tem pouco ou nenhum benefício.
Enquanto isso, a geração X se apega às empresas se o salário e benefícios forem atraentes, mas abrem mão se não se sentirem reconhecidos dentro da organização, seja com homenagens, novos projetos, promoções ou aumentos. Já os Boomers permanecem quando o empregador tem saúde financeira ou promove um ambiente de trabalho agradável, mas saem caso não ofereça alternativas flexíveis de trabalho. “Os Boomers brasileiros ainda estão muito ativos no mercado de trabalho, diferente de outros países, mas também buscam por equilíbrio e qualidade de vida”, complementa o executivo.
Para Battaglia, os dados da pesquisa auxiliam na construção das marcas empregadoras brasileiras. “Consolidar sua cultura não é uma trajetória simples ou rápida, mas ter clareza do tipo de profissional que se procura e o que ele valoriza facilita a adaptação da oferta de valor da empresa e construção de uma cultura que seja, de fato, atraente e engajadora para esses profissionais”, explica o executivo.