Em meio a uma pandemia que se arrasta há mais de 1 ano, as incertezas, as pressões internas e externas, e o estresse causado pela necessidade de se adaptar a novas rotinas de trabalho estão deixando os profissionais cada vez mais ansiosos e, por isso, nunca foi tão importante discutir sobre a saúde nas empresas como hoje em dia.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil está no topo do ranking das nações mais ansiosas do mundo, com cerca de 18 milhões de brasileiros sofrendo com algum distúrbio relacionado à doença. É por esse e outros motivos que as empresas estão se interessando e investindo na saúde do seu corpo funcional, considerando também que profissionais saudáveis colaboram para a maior produtividade e lucratividade no negócio.
Neste artigo, vamos falar sobre a importância, as causas e as soluções que podem ser adotadas para virarmos esse jogo da saúde nas empresas. Relaxe e continue a leitura!
Por que a saúde nas empresas é tão importante?
Há poucos anos, os médicos do trabalho e o RH enxergavam apenas a saúde física do trabalhador como principal fator impactante na produtividade e no absenteísmo da empresa. Porém, com a revolução tecnológica, a sociedade 5.0 passou a achar que deveria viver na mesma velocidade em que as novas informações se apresentam diariamente. Tudo virou urgente, o celular e notebook com acesso remoto ao trabalho, possibilitou que o trabalho continuasse pós a jornada legal no modelo de contratação CLT.
O imediatismo, a cobrança por constante atualização e a necessidade de estar sempre à frente desencadearam diversos males emocionais nos profissionais. Pesquisas mostram que 49% dos trabalhadores brasileiros já tiveram crises de ansiedade, tendo como causa o trabalho. Outros 44% já passaram pelo burnout.
Diferentemente das condições físicas, a saúde mental nem sempre é visível, pois as pessoas têm medo de falar sobre o assunto e serem rotuladas como incapazes de exercerem suas funções, não possuírem uma inteligência emocional adequada e, mesmo que a empresa tenha uma política de desligamento humanizado, de perder o emprego.
É papel fundamental da organização elaborar estratégias para que esse assunto não continue sendo um tabu e todos possam lidar melhor com esses problemas. Somente assim, as equipes estarão mais saudáveis e motivadas em seu ambiente funcional.
Quais são as principais causas dos transtornos mentais nas empresas?
A vida pessoal influencia muito na saúde mental das pessoas. Hoje em dia, muitos profissionais buscam uma harmonia entre os diversos aspectos da vida alinhando o que gostam, o que são bons em fazer com aquilo que o mundo precisa, seguindo o conceito de ikigai.
Ignorar que o seu talento está passando por problemas pessoais só fará com que ele se afaste da empresa a fim de buscar por um suporte que o ajude em suas dificuldades ou um complemento para o seu sentimento de plenitude.
Não obstante a eventual negligência de algumas organizações, também existem instituições que colaboram para o desencadeamento de problemas com a saúde mental do indivíduo através de diversos fatores, como:
- alto volume de trabalho;
- metas inalcançáveis;
- comunicação verbal e não verbal deficiente;
- assédio moral no ambiente de trabalho;
- carga horária extensa;
- mudanças organizacionais mal geridas;
- problemas com colegas de trabalho e/ou líderes.
Esses são os principais fatores que interferem diretamente na saúde mental e, consequentemente, na produtividade, no engajamento, na motivação e nos resultados.
O que pode ser feito para virar o jogo?
O primeiro passo para iniciar um processo de mudança na saúde da empresa é detectar os principais problemas sofridos pelos profissionais e qual é o gatilho do estresse e da ansiedade para eles.
A partir disso, será possível promover ações de prevenção e combate, sem esquecer que falar sobre o assunto e realizar campanhas internas são fundamentais para desmistificar o tema e envolver todos os talentos no processo durante toda sua interação com a empresa: durante o início de etapas de um processo seletivo e suas entrevistas online ou presencial, entrevistas por competências ou entrevistas técnicas, o passo a passo do processo de admissão de funcionários, ao longo de todo o treinamento e desenvolvimento do profissional da empresa até seu eventual processo de desligamento.
Mudanças na cultura organizacional
Não basta falar sobre saúde física e mental sem que, internamente, a empresa priorize estes assuntos verdadeiramente. Isto é, todos os níveis hierárquicos devem estar envolvidos no processo de mudança de hábitos, exercendo práticas cotidianas que valorizem a saúde dos colaboradores.
Algumas das ações que podem auxiliar na mudança para uma cultura focada na saúde do trabalhador são:
- oferecer bons planos de assistência médica e odontológica;
- incentivar a troca do elevador pela escada;
- estimular o funcionário a beber água;
- oferecer frutas da estação;
- disponibilizar um espaço para descanso e/ou lazer;
- pontuar os colaboradores que realizam atividade física;
- Atentar-se para a ergonomia;
- realizar campanhas de conscientização;
- apresentar palestras sobre temas como estresse, depressão, ansiedade, burnout;
- oferecer orientação nutricional;
- montar grupos de corrida, caminhada e bikers.
Programas de atividade física e mental
Estudos comprovam que praticantes de exercícios físicos são mais produtivos, concentrados, criativos e saudáveis, tanto física quanto mentalmente. Daí a importância da empresa incentivar a prática de exercícios físicos.
Um dos segredos para o êxito com a prática de atividade física é fazer dela um hábito. É preciso disciplina e regularidade para que os benefícios apareçam e permaneçam.
Além disso, a atividade física aumenta o foco, favorece a memória e estimula a produção de hormônios capazes de deixar as pessoas mais felizes e dispostas. Tudo isso se reflete no bem-estar individual e nos resultados dentro e fora da organização.
Horários de trabalho flexíveis
A autonomia de poder usufruir de uma jornada de trabalho com horário flexível é um dos benefícios mais reconhecidos pelos colaboradores. Afinal, a possibilidade de resolver questões pessoais com tranquilidade pode ser essencial para uma melhor qualidade de vida.
Um funcionário pensará duas vezes antes deixar uma empresa que oferece essa oportunidade. Com isso, há uma expressiva redução do turnover e fortalecimento da marca empregadora. Com a era dos nômades digitais, o trabalho de home office ou híbrido também tem sido um diferencial para muitos profissionais.
Incentivo aos momentos de pausa
Realizar algumas pausas estratégicas ao longo do dia para esticar as pernas, beber água e ir ao banheiro pode melhorar o desempenho profissional do empregado, além de evitar as fadigas física e mental, e até mesmo o estresse.
Vale a pena investir em campanhas para que o colaborador possa dedicar algumas horas do dia para momentos de descanso e lazer (como um hobby, por exemplo). Além disso, respeitar as horas de sono também é fundamental para uma rotina de vida saudável.
Desenvolvimento da saúde emocional
Transformar metas em combustível para uma atuação mais produtiva é fundamental para que elas não interfiram negativamente na saúde mental da equipe.
Nesse sentido, os gestores devem tomar as rédeas do time e incentivar que algumas posturas sejam adotadas, tais como:
- não agir no calor da situação;
- neutralizar irritações e intrigas;
- ter como foco as soluções, e não os problemas;
- propor técnicas de relaxamento corporal e mental, como alongamentos e mindfulness.
Realização de campanhas de check-ups médicos periódicos
A prevenção é mais barata, leva menos tempo e é menos dolorosa do que os tratamentos convencionais de qualquer doença. Empresas que investem na saúde de seus empregados e os estimulam a adquirirem o hábito de realizar check-ups médicos periódicos podem reduzir seus gastos com plano de saúde e os custos com o absenteísmo e os atrasos.
Além disso, o diagnóstico precoce de qualquer patologia aumenta as chances de cura e, em casos mais graves, diminui as possibilidades de complicações.
Quais os benefícios de uma empresa saudável?
Investir na saúde dos talentos internos é fundamental para que a empresa tenha melhores resultados e, consequentemente, mais lucratividade. Profissionais saudáveis transformam o ambiente em um lugar mais produtivo, pois são mais eficientes e focados em suas tarefas, tomando as melhores decisões, além de estarem mais abertos ao diálogo e ao feedback, e com relacionamentos interpessoais mais amistosos e tranquilos.
Além disso, um local de trabalho com funcionários mentalmente saudáveis reduz o custo das operações e aprimora a gestão de riscos de forma efetiva.
Há também a redução do absenteísmo e de turnover.
A preocupação com a saúde mental no ambiente de trabalho é um fator determinante para a retenção de talentos na organização, fortalecimento da marca empregadora e atração dos melhores profissionais no mercado.
Muitas são as formas de investir na saúde nas empresas e novos modelos estão surgindo, como, por exemplo, os benefícios flexíveis. Mas nem sempre é preciso ter um orçamento elevado para implementar políticas e boas práticas que favoreçam a saúde mental do colaborador. Estruturar um bom ambiente organizacional, montar e implementar programas eficientes de qualidade de vida, entre outras, são algumas possibilidades que o RH pode iniciar imediatamente.
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