Por Diogo Corona (*)
Impossível sair ileso de um período tão longo de isolamento social, no qual as atividades domésticas e profissionais se misturam no mesmo ambiente, envolvidas pela tensão provocada pelo vírus e a tristeza com sequelas – físicas e/ou mentais -, muitas vezes intensificadas pelas perdas de familiares e de amigos.
Não é por acaso que as corporações estão investindo cada vez mais em programas de saúde mental e emocional para seus colaboradores. Um estudo realizado pela Universidade do Rio de Janeiro (UERJ) e publicado pela revista The Lancet mostra que os casos de depressão aumentaram 90%. Já o número de pessoas que relataram sintomas como crise de ansiedade e estresse agudo mais que dobrou entre os dois primeiros meses da pandemia.
Sabemos que diante de situações desafiadoras, cada indivíduo reage e sente aquele momento de forma diferenciada. Alguns conseguem lidar melhor com o cenário, outros se sentem mais anestiados e em pânico. Por isso, a importância das empresas estarem atentas a esses quadros e disponibilizarem parcerias e benefícios que possam contribuir para a saúde integral de sua equipe.
Uma das alternativas é combinar a orientação psicológica, por meio de sessões de terapia, e atividade física. O tratamento psicoterapêutico trabalha as emoções negativas e pode ser um apoio importante para lidar com elas, além de permitir o autoconhecimento, gerar motivação e o desenvolvimento de novas habilidades. Ao trabalhar questões incômodas para o paciente, a terapia oferece um novo olhar sobre o problema ou preocupação recorrente, permitindo que a pessoa encontre a melhor solução.
Já as atividades físicas ajudam a liberar a endorfina, neurotransmissor responsável pela promoção da sensação de prazer e bem-estar. Os benefícios da atividade física regular podem ir além da sensação imediata de satisfação, já que ela pode estimular o crescimento de células nervosas no hipocampo, estrutura do cérebro
responsável pela memória e pelo humor, geralmente menor em pessoas com quadros de depressão.
Um estudo realizado durante 11 anos pelo instituto australiano Black Dog, com quase 34 mil adultos, chegou à conclusão de que o sedentarismo pode agravar os distúrbios psicológicos. Aqueles que não se exercitavam se mostraram 44% mais propensos a sofrer com depressão se comparados aos voluntários da pesquisa que faziam atividade física uma ou duas horas por semana.
Neste momento em que, felizmente, acompanhamos uma retomada das atividades, pequenas mudanças de hábito podem contribuir para superar dificuldades e garantir mais qualidade de vida. A combinação de terapia e meditação com práticas esportivas, que podem variar de acordo com o perfil de cada um – caminhada, corrida, dança, natação, ginástica –, é uma forma de conquistar equilíbrio e mais saúde física, mental e psicológica.
A nova normalidade pede mais leveza na vida pessoal e profissional, bem como a reconexão com nós mesmos para seguirmos em frente com esperança, motivação e felicidade. O importante é garantir a saúde integral, que vai muito além do discurso da “performance acima de tudo”. Afinal, cada um fica bem no seu próprio ritmo, na sua própria maneira. Mais importante do que estar pago, é estar bem cuidado em sua integralidade e plenitude.
(*) Diego Corona é CEO da TotalPass, plataforma que reúne e oferece as melhores academias e estúdios do País a colaboradores de empresas parceiras.