*Por Robson Campos, diretor de produtos RH da TOTVS
Há algum tempo atrás, a área de Recursos Humanos (RH) era fechada em meio a tarefas burocráticas, envolvidas com controle de ponto, admissões, demissões e regras de comportamento. Mas, hoje, esse quadro mudou em muitas empresas.
Essa revolução aconteceu em conjunção a uma série de fatores, especialmente por força do cenário pandêmico, em que o RH precisou cuidar das pessoas (de verdade!), antes de tudo. Foi então que viu, mais do que nunca, a tecnologia como aliada para viabilizar estratégias em um mundo que saltou para o isolamento de maneira inesperada.
O lado bom é que as pessoas enfim ganharam o merecido destaque nas corporações. O discurso de “maior patrimônio da empresa” finalmente foi incorporado na prática, ampliando a preocupação com o bem-estar e o ambiente saudável de trabalho.
O RH de hoje, rumo ao amanhã, automatiza tarefas repetitivas, analisa dados e usa inteligência artificial para otimizar procedimentos, aumentando a produtividade das equipes, além de aprimorar processos de seleção, treinamento e desenvolvimento de pessoas.
A tecnologia foi essencial para essa evolução, porque, antes de colocar o cliente no centro da estratégia, foi preciso colocar as pessoas, para que tivessem a melhor experiência, fossem mais produtivas e felizes. Somente uma equipe satisfeita consegue praticar e promover a cultura de excelência em atendimento ao cliente por todas as áreas da organização.
Migrar de RH burocrata para agente transformador requer sintonia entre tecnologia e pessoas. Os resultados vêm da produtividade e a produtividade vem da satisfação, que é gerada por recursos que impulsionam tarefas e liberam mais tempo para a criatividade e a inovação. E estou falando de soluções inteligentes, como sistemas de análise comportamental e de competências, plataformas de recrutamento e seleção online, desenvolvimento de soft skills (sim, é possível).
Toda essa modernização transformou o papel do RH e o perfil dos seus profissionais. A revolução da gestão de pessoas teria de começar por eles. Processos inteligentes, alinhados aos objetivos do negócio ganharam espaço, trazendo resultados mensuráveis e de qualidade.
O uso de recursos móveis para a comunicação, aplicativos de mensagens instantâneas, redes sociais corporativas, nuvem para trafegar, armazenar e disponibilizar informações e dados em tempo real levaram a rotina do RH a outra dimensão, estendendo atendimento a canais diferenciados, presenciais e remotos. Ele agora está na mão do colaborador.
Tudo isso fez do RH um dínamo robusto, que traduz a cultura e a essência de uma empresa inovadora, inserida na jornada inevitável e contínua da transformação digital.
E vai além, dissemina e fortalece esse perfil por todas as áreas, uma missão que, sem tecnologia, não consigo imaginar. É o que chamamos de RH ágil, que possibilita acelerar o desenvolvimento de uma cultura e um ambiente de trabalho saudável. Pronto para se adaptar rapidamente às mudanças de cenários e para ajudar a construir e dar suporte a times capacitados, engajados e colaborativos.
O que é possível hoje, com o suporte de tecnologias emergentes, é um RH tecnológico que tem uma visão panorâmica de todas as áreas e colaboradores da empresa. Ele é capaz de ter uma posição estratégica para implementar novas práticas e processos mais ágeis. Assim, o RH consegue impulsionar a inovação e a transformação digital em todas as áreas da organização.