As empresas estão conscientes de que a relação com a sociedade deve ir além do fornecimento de serviços ou venda de produtos. Em outras palavras, é imprescindível que sua razão de existência não seja limitada apenas ao negócio em si. Assim, tornou-se presente dentro das organizações a necessidade de debater questões como incentivo a trabalho voluntário, implementação de práticas sustentáveis ou mesmo a relação com a comunidade. Isso mostra que há no universo corporativo um compromisso em se envolver com os temas mais macro da sociedade e que extrapolem os muros do ambiente de trabalho, com o norte de contribuir para a construção de um mundo melhor.
E essa perspectiva de um futuro melhor passa necessariamente pela formação das novas gerações. Em nenhuma outra fase da vida as respostas são tão rápidas e tão intensas, e as consequências tão duradouras. O investimento na Primeira Infância é uma oportunidade para as organizações de propor ações e políticas sobre como contribuir para um desenvolvimento saudável das crianças. Por isso, a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Brasil) está assumindo o compromisso de inserir essa pauta em sua agenda. Uma das primeiras ações para disseminar esse tema entre as organizações foi a participação e apoio da Associação no seminário “Empresas pela Primeira Infância”, realizado, no último dia 27, pela Revista CRESCER e pelo jornal O Globo.
Estabelecer um conjunto de políticas de RH que olham para as profissionais com filhos é um passo essencial para que as empresas coloquem em prática o discurso da atenção à Primeira Infância. Ter berçários no ambiente de trabalho permite, por exemplo, uma interação maior da mãe e do pai nos primeiros anos de vida. A ampliação da licença paternidade possibilita a presença do pai nas primeiras semanas de vida da criança, além de contribuir para o avanço da carreira da mulher. Separar um espaço reservado e confortável para a coleta e armazenamento do leite materno das funcionárias que retornam da licença é um benefício que não exige alto investimento e atende uma necessidade das mães.
Esses são apenas alguns exemplos de inciativas que podem ser implementadas sem significar um relevante crescimento de custo e que mostram aos funcionários que a empresa se dedica a criar um modelo em que seja possível equilibrar a família e as responsabilidades do emprego. É preciso que essas e outras práticas sejam cada vez mais comuns nos ambientes de trabalho. E será uma das prioridades da ABRH-RJ trabalhar junto com os profissionais de gestão de pessoas para sensibilizar as organizações sobre a relevância de colocar em prática ações voltadas para a Primeira Infância.