Pesquisa analisou opiniões de empresários e colaboradores em 80 países
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A ideia de se deslocar por horas para chegar ao escritório está se tornando tão obsoleta quanto o uso do fax. A conclusão é de uma pesquisa realizada pelo International Workplace Group (IWG), empresa líder mundial e brasileira em espaços flexíveis de trabalho, dona das marcas Regus e Spaces. O levantamento foi conduzido em janeiro deste ano e entrevistou mais de 15 mil pessoas em 80 países.
A pesquisa intitulada Global Workspace Survey, que analisa mundialmente há 11 anos o uso dos espaços de trabalho, aponta que mais da metade das pessoas já está trabalhando fora das sedes de suas empresas por, pelo menos, três dias na semana. Não é surpresa, então, que, de acordo com as descobertas da última edição, 62% das empresas em todo o mundo estão ocupando espaços flexíveis de trabalho, como escritórios compartilhados e ambientes de coworking.
Além de benefícios estratégicos e financeiros, os entrevistados apontaram o modelo como uma forma de atrair e reter talentos – já que as pessoas estão priorizando oportunidades que ofereçam alguma política de trabalho flexível. O formato, que tem chamado a atenção de funcionários mundo afora, também se mostra positivo para a conquista de resultados. Na pesquisa, 85% dos participantes confirmaram que a adesão ao escritório flexível aumentou a produtividade dos negócios.
Executivos e líderes empresariais ainda buscam entender o que “flexibilidade” significa para os seus colaboradores
No Brasil, foram entrevistadas 1.116 pessoas. Desse total, 72% consideram que a existência de políticas flexíveis de trabalho é essencial para uma empresa, e 67% disseram que a empresa para qual trabalham possui alguma política de flexibilidade, dado acima da média mundial (62%). No país, 76% dizem que espaços flexíveis poderiam reduzir significativamente o tempo que gastam com deslocamento para ir e voltar do trabalho. Mais da metade (54%) dos brasileiros alegam que trabalham (fazendo telefonemas, checando e-mails, etc.) enquanto estão no trajeto para a empresa.
Os executivos e líderes empresariais, no entanto, ainda buscam entender o que “flexibilidade” significa para os seus colaboradores. No estudo, cerca de um quinto dos trabalhadores globais descreveram o trabalho flexível como “a capacidade de tomar decisões a respeito da carga horária”, mas mais da metade deles relaciona o formato com “a possibilidade de escolher o local onde vão desempenhar suas atividades”.
Tiago Alves, CEO do IWG no Brasil, salienta que a flexibilização do ambiente de trabalho é impulsionada pela digitalização dos processos, hoje mais facilmente acessados de qualquer lugar, o que diminui a necessidade de deslocamento até o escritório. “O desafio agora é conciliar políticas que atendam às necessidades dos colaboradores e dos negócios. Quando isso estiver alinhado, as empresas poderão colher frutos como maior produtividade e a retenção de talentos, que o trabalho flexível pode oferecer. Além de proporcionar aos funcionários melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal”, explica o executivo.