ABRH Brasil

Realizada com cerca de 8 milhões de funcionários de mais de 1.000 empresas no mundo, a Pesquisa Global de Engajamento da Aon apontou crescimento de dois pontos percentuais no engajamento dos colaboradores, que, mundialmente, passou de 63% em 2016 para 65% em 2017.

Após uma queda em 2016, a primeira desde 2012, o índice é o mais alto registrado no levantamento e já havia sido alcançado em 2015.  A porcentagem de funcionários Altamente Engajados também cresceu e passou de 24%, em 2016, para 27%, em 2017.

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“As empresas ainda enfrentam uma situação econômica e política de recuperação. Contudo, passaram a investir no capital humano e bem-estar dos funcionários, pois perceberam que o colaborador engajado e verdadeiramente feliz se doa e entrega mais do que o esperado. Em um cenário macroeconômico ruim, esses são fatores que fazem a diferença no balanço final de cada organização”, diz Daniela Junqueira Segre, líder de Consultoria em Talent e Engajamento da Aon Brasil.

De acordo com o levantamento, um melhor índice no engajamento está ligado diretamente ao aumento na receita das empresas: um aumento de 3 p.p nos lucros está diretamente ligado a um crescimento de 5 p.p no engajamento dos funcionários no ano seguinte.

“O conceito de engajamento no trabalho é confundido por satisfação ou felicidade, mas, na verdade, está relacionado ao investimento psicológico que o colaborador despende e também de sua motivação de gerar bons resultados à empresa”, explica a executiva.

Principais fatores globais de engajamento
Recompensas e Reconhecimentos foram classificados como as oportunidades mais fortes de engajamento pelo segundo ano consecutivo, com o “reconhecimento pelas contribuições” e o “salário justo” como os fatores mais influenciadores.

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“Engajar um colaborador não é como uma ‘receita de bolo’, onde você tem especificamente os mesmos moldes e processos para cada um. Esses índices variam de acordo com a região, setor, empresa e o cargo que o funcionário exerce. Por isso, as empresas precisam criar estratégias personalizadas para cada profissional, entendendo qual a pretensão e os anseios de cada pessoa. Somente desta maneira será possível atingir o nível máximo de engajamento e melhores resultados financeiros”, conclui Daniela.

Diferenças continentais
A pesquisa constatou que as variações de engajamento em cada continente foram geradas pelas diferenças culturais, políticas e econômicas dos países e regiões.

Em 2017, a África obteve o maior crescimento de engajamento, registrando um nível de 66%, maior que o índice de 2016, 61%. De forma geral, o continente teve crescimento de 15 p.p. desde 2012.

Já a Europa obteve o nível mais baixo de engajamento no mundo, atingindo a casa dos 60%. No entanto, alguns países do continente apresentaram melhorias significativas em 2017, como França (6 p.p.), Holanda (7 p.p.), Áustria (9 p.p.) e Suécia (9 p.p).

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De acordo com María del Pilar Manzanera Díaz, líder de Prática de Remuneração, Talentos e Benefícios da Aon América Latina, embora o engajamento tenha estabilizado em toda a região, os líderes devem notar que o engajamento nos maiores mercados está em declínio. “Tanto o Brasil, quanto a Colômbia regrediram praticamente aos níveis de 2015”, afirma.

Ela também destaca que a América Latina e a Europa são as duas únicas regiões que possuem a Liderança Sênior como o maior fator de engajamento. “Surpreendentemente, a América Latina foi a única região no estudo a ter a dimensão Gestão entre as dez principais áreas de foco. É uma forte indicação da necessidade de comunicação e interação dos funcionários e líderes em todos os níveis da empresa para elevar o comprometimento”, conclui.