BALANÇO
A ABRH-Brasil na visão de sua presidente
Fredy Uehara
Elaine Saad, presidente da ABRH-Brasil, faz um balanço da atuação da associação em 2017, fala de rupturas e afirma: o CONARH 2018 – 44º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, que acontece em agosto, será um evento sem precedentes. Confira.
PESSOAS DE VALORH – Qual foi a palavra-chave da ABRH-Brasil em 2017?
ELAINE SAAD – Foram duas, que são o mote da atual gestão da entidade: influência e ação.
PV – Como você avalia a atuação da ABRH-Brasil com as seccionais ao longo de 2017?
ES – A ABRH-Brasil teve a iniciativa de lançar a ideia dos encontros regionais e, com isso, aproximar cada vez mais seccionais que pertencem a uma mesma região. Essa ideia está relacionada com o aproveitamento de sinergias e a troca de melhores práticas. Realizamos seis encontros divididos pelas regiões brasileiras (no Nordeste, devido ao número elevado de seccionais, temos duas regionais). Nesses encontros, fomos capazes de avaliar e orientar mais de perto cada seccional, abordando seus problemas de maneira profunda após fazer uma reflexão em conjunto com o grupo. Além disso, fizemos visitas a empresas e patrocinadores locais, bem como participamos de eventos organizados pelas próprias seccionais. Na minha opinião, elevamos as seccionais a outro patamar de discussão e compreensão de seu papel dentro do sistema ABRH.
PV – No ano passado, foram lançados novos produtos e serviços para os associados e profissionais de RH de uma forma geral. Na sua visão, o portfólio atual é suficiente?
ES – Certamente, com grandes parcerias, fizemos um importante avanço na oferta de ferramentas para o desenvolvimento dos RHs e gestores de pessoas. Para citar alguns bons exemplos, juntamente com a Fundação Dom Cabral, lançamos o RH Triple A, uma comunidade inédita de aprendizado profissional, na qual os profissionais discutem os paradoxos do seu dia a dia e, através de dinâmicas bem diferenciadas, buscam suas próprias soluções; e, em parceria com a Casa Educação, criamos o Clube do Livro, no qual, mais que propiciar boa leitura na área de gestão, promovemos a troca de ideias entre seus membros, e os cursos de EaD, abordando temas primordiais na atuação do RH, como a implantação da avaliação de desempenho e formação de business partner. São iniciativas importantes que enriquecem nosso portfólio, mas não podemos, e nem queremos, nos acomodar. Temos planos para 2018, que vão além de consolidar as iniciativas já existentes.
PV – Dá para antecipar algo?
ES – A surpresa é a melhor antecipação!
PV – O CONARH passou por várias mudanças em 2017 e a pesquisa de satisfação trouxe números expressivos: 99% dos visitantes da feira de negócios EXPO ABRH querem voltar em 2018 e 99% dos congressistas afirmaram que o evento apresenta conteúdo abrangente e traz os principais influenciadores e líderes das áreas de RH e Gestão de Pessoas. Qual é sua avaliação sobre essa edição?
ES – Como em todo processo de ruptura, tivemos de assumir os riscos de mudar. Estávamos já há muitos anos num mesmo local, repetindo modelos, que, por mais inovadores que fossem, não significavam realmente mudar. Em 2017, alteramos muitas coisas: local, formato do congresso, da Expo ABRH, entre outras mudanças. Tivemos de nos adaptar a tudo isso. Não foi fácil, mas valeu a pena. Aprendemos muitas coisas e nos superamos em outras tantas. Descobrimos novas possibilidades e tivemos ideias incríveis para 2018.
PV – Neste ano haverá mudanças?
ES – O CONARH 2018 será um show. Agora que aprendemos a lidar com o novo espaço e as novas demandas, estamos preparando um evento sem precedentes.
PV – Qual é a perspectiva para a ABRH neste ano?
ES – Que nós possamos apoiar os RHs e todos aqueles que são responsáveis por gerir talentos em seu papel de influência, ação e conscientização das pessoas, dentro e fora das organizações.
MELHOR
É diferente. E bom para as organizações
Em pleno 2018, não perceber que as diferenças promovem avanço é um diagnóstico de que algo está errado. Ignorar o diferente em época em que as mudanças cada vez mais constantes exigem respostas inovadoras é colocar o pescoço em risco. Leia-se a perenidade da própria companhia. E pesquisas indicam que, apesar de a palavra “diversidade” estar no discurso de muitas organizações, na prática, pouco acontece. Esse é o retrato que a revista Melhor – Gestão de Pessoas traz na capa de janeiro, mês em que a edição é exclusivamente digital.
A reportagem traz dados de um estudo, conduzido pela Tree Consultoria e Educação para Diversidade de Gênero e pelo Instituto Qualibest, com 600 trabalhadores brasileiros, no qual 76% disseram que a empresa em que atuam não possui área específica ou comitê para promover e discutir diversidade de gênero, entre outros dados. Essa “miopia corporativa” pode estar correlacionada à superficialidade do tema nas organizações. Especialistas ouvidos por Melhor explicam como mudar essa realidade, saindo do mundo das ideias e partindo para ações efetivas.
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PESQUISA
Mais T&D em 2017
Apesar do cenário econômico desafiador do ano passado, o investimento em Treinamento e Desenvolvimento (T&D) no Brasil cresceu 21% em relação a 2016, atingindo uma média de R$ 788 por colaborador. Outro indicador de crescimento é o aumento de 37% dos investimentos em relação ao percentual do faturamento anual bruto da empresa. Os dados são do 12º Panorama do Treinamento no Brasil, elaborado pela Integração Escola de Negócios, em parceria com a ABTD – Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento e a Carvalho & Mello Consultoria Organizacional.
“A percepção é de que as organizações estão se preparando para a retomada do mercado, um momento muito estratégico”, aponta Fernando Cardoso, sócio-diretor da Integração.
Para os cargos de liderança, o aumento foi bem expressivo: 51% das ações de T&D foram destinadas a líderes ante 40% registrados em 2016. Entre não líderes, houve redução do volume de treinamento da operação e área administrativa em 3% e 2%, respectivamente, priorizando o treinamento comercial, que cresceu 10% em relação ao ano anterior. Para Cardoso, o resultado mostra uma preocupação e atenção das empresas em gerar novos negócios, o que é esperado para um ano de economia desafiadora.
Outra mudança significativa foi a busca por menores custos e escalabilidade das ações de treinamento: na comparação com 2016, os treinamentos presenciais caíram 11%, já no formato EAD/e-learning, cresceram 9%.
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