ABRH Brasil

Provocações para Recursos Humanos ir além dos muros da organização

A nova identidade do RH

Gustavo Baxter Khoury
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Em Nova Lima (MG), primeira turma participa da abertura do programa

Uma turma de 35 executivos de Recursos Humanos teve, em 2018, uma experiência inédita: a criação coletiva de uma nova digital para o RH. Esse foi o resultado do RH Triple A, programa conduzido pela ABRH-Brasil e pela Fundação Dom Cabral (FDC), com a coparticipação, desde a sua origem, dos consultores Luiz Augusto Costa Leite, Marco Dalpozzo, Nelson Savioli e Paulo Monteiro.

Dalpozzo classifica o programa como uma experiência de aprendizagem contemporânea. “É fruto de uma longa e fértil destilação de dois conceitos – aplicabilidade e experiência. É mais uma viagem no conhecimento e na transformação do que um curso. É um filme em que um grupo de profissionais de RH protagoniza sua história de desenvolvimento”, define.

E o que significa criar uma nova digital? Susan Paiva, gerente de Desenvolvimento de Executivos da FDC e coordenadora do programa, responde: “É resgatar para a área de RH e seus profissionais sua singularidade e contemporaneidade. Singularidade, pois cada organização está num contexto e requer uma digital específica para fazer frente a seus desafios. Contemporaneidade, pois estamos num mundo cada vez mais digital e cabe à área de RH integrar o Humano e o Digital para resultados cada vez mais prósperos, numa sociedade em rede”.

Essa nova digital, diz ela, amplia o escopo de atuação do RH para além dos muros da organização, tornando-a mais responsável e responsiva às demandas da sociedade, integrando os aspectos humanos nas decisões de negócios.

NA PRÁTICA
Iniciado em julho e finalizado em dezembro, o RH Triple A envolveu imersão em conteúdos e debates, a partir de provocações de professores e visitas a lugares inspiradores, como o Centro de Arte Contemporânea de Inhotim, em Brumadinho (MG); o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro; e, em São Paulo, o Cubo Itaú, maior centro de empreendedorismo tecnológico da América Latina.

Entre os participantes da primeira turma, Carlos Kaezer, gerente de RH da Schlumberger Brasil, há dez anos na empresa, conta que a sua expectativa era de que fosse mais um daqueles treinamentos cartesianos, em que algo é ensinado às pessoas. Acabou sendo surpreendido.

“O RH Triple A tem muito mais o sentido de construir algo. Isso, por si só, já o diferencia. Resumidamente, o programa é uma provocação para pensarmos Recursos Humanos dentro de um mundo que tem passado por transformações intensas e encontrarmos, em meio às inconstâncias desse mundo, qual é, de fato, a função e o futuro do RH”, relata.

Professores experientes, “extremamente preparados”; participantes com diversos backgrounds e contribuições distintas; e vivências em diferentes cenários também foram elogiados por Kaezer. “Os idealizadores do programa, a ABRH e a FDC acertaram em cheio!”, elogia.

RH NA ESSÊNCIA
Na visão de Susan, da FDC, a iniciativa cumpriu o seu objetivo ao conduzir o grupo à cocriação da nova digital para o RH por meio de conhecimentos de ponta, provocações, experiências e reflexões. “Essa composição visa desconstruir crenças limitantes e abrir espaço para enxergar o novo, o que não é feito e o que há de oportunidade para definir agendas estratégicas de RH, fundamentadas em argumentação consistente e que integrem a organização com o seu entorno.”

Participante do programa, Valéria Maria Souza, diretora de Gestão e Desenvolvimento da empresa mineira Pif Paf, aprovou a experiência e diz estar orgulhosa de pertencer à primeira turma. “Uma turma maravilhosa, orquestrada por grandes profissionais, sob a batuta de ótimos professores da FDC e organização impecável da Susan Paiva. A nova digital, cujo manifesto se inicia com a frase ‘Gente é com a Gente’, foi construída e está aí para todos usarem”, afirma.

Kaezer complementa salientando que, ao final do programa, os profissionais chegaram à razão de existir do RH: “Colocar o ser humano no centro da nossa atividade, nos nossos valores e propósitos, e promover o desenvolvimento das pessoas, sempre com o objetivo de melhorarmos a sociedade como um todo”.

“Oferecer um programa inovador para o desenvolvimento dos profissionais de RH era o sonho de todos e tivemos uma excelente avaliação dos seus participantes. Isso nos estimula a prosseguir e inovar”, diz Luiz Edmundo Prestes Rosa, diretor de Desenvolvimento de Pessoas e responsável pela coordenação do programa pela ABRH-Brasil.

Tanto é assim que a segunda turma do RH Triple A já tem data marcada: serão quatro encontros presenciais entre 29 de julho e 6 de dezembro de 2019.  Em breve, a ABRH divulgará mais notícias do programa.

 RH Triple A

 

INSTITUCIONAL

Neste mês, encerra-se um ciclo na ABRH-Brasil

Elaine Saad 2018 _Denise Mendys_br

Eleita para liderar a maior entidade de Recursos Humanos do país entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018, a atual gestão da ABRH-Brasil se aproxima do final de seu mandato. Na entrevista a seguir, a presidente Elaine Saad (foto) faz um balanço desses três anos. Confira:

PESSOAS DE VALORH – Que aprendizados você teve à frente da ABRH-Brasil?
ELAINE SAAD – Todo voluntariado traz crescimento e aprendizados pessoais e profissionais e, na ABRH-Brasil, não é diferente. Quando você se dedica de coração e alma, aprende principalmente a lidar com o convívio humano, com os desafios de manejar uma organização não governamental que, da mesma forma que qualquer organização, tem metas e objetivos bem definidos. Como voluntários, aprendemos a “ser remunerados” pela emoção e pelo crescimento, que nos enche de satisfação e orgulho.

PV – A ABRH tem presença em quase todo o país. Liderar a associação mudou de alguma forma a sua visão sobre a área de RH?
ES – Não mudou, mas ampliou. Nosso país é um continente, cheio de divergências a serem exploradas e respeitadas. A ABRH-Brasil é um campo fértil para isso.

PV – Com o surgimento de novos formatos de aprendizagem, que estratégias foram lançadas para atrair e manter a fidelidade dos participantes do CONARH – Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, promovido pela associação?
ES – Baseamos o CONARH no que tem de mais moderno no mundo do trabalho, trouxemos tecnologias e formas diferentes de pensar para estimular toda a comunidade de RH. O CONARH é o local da ABRH onde os profissionais podem se conhecer mais, se desenvolver, bem como saber as novidades do mundo e, mais do que tudo isso, refletir e reformular pensamentos e direcionamentos. O CONARH de 2018 foi simplesmente estupendo, com 3.379 congressistas e 24.901 visitantes, mais de 28 mil pessoas no total.

PV – Sua gestão intensificou a participação brasileira na conferência anual da SHRM (Society Human Resource Management, dos Estados Unidos) e incluiu a possibilidade de visitas técnicas a empresas que são referência em gestão de pessoas. Na sua visão, quais são os principais ganhos com essa iniciativa?
ES – Já fazia muitos anos que havia a vontade de organizar uma delegação de brasileiros ao maior congresso de RH do mundo. É fundamental que tenhamos o Brasil entre os países representados e conseguimos: fomos a sexta maior delegação. Os profissionais que se juntam a nós podem trocar ideias com profissionais de outros países e aprender sobre as mais novas tendências do mercado. Organizadas diretamente por nós, as visitas técnicas permitiram aos participantes o acesso às práticas mais recentes em gestão de pessoas e a oportunidade de colocarem suas perguntas e questionamentos. Tudo muito rico e consistente em conteúdo.

PV – Qual foi a grande conquista da associação nesse triênio?
ES – Creio que colocamos a ABRH-Brasil num novo patamar de avanço, modernização e tecnologia. Lançamos produtos novos e focamos nos associados, em suas experiências e seus desejos em relação a uma entidade como a nossa. Conquistamos espaço de Influência & Ação junto ao mercado, às pessoas, ao governo federal, na parceria com outras entidades e no cuidado com nossas 22 seccionais espalhadas por todo o Brasil.

PV – Se pudesse, faria algo diferente?
ES – Sempre temos o que melhorar. Aquele que não percebe e não está aberto a crescer se fecha em seu mundo e sucumbe. Acho que fazer diferente, não, mas sempre temos a sensação de que há algo a ser feito. Tenho certeza de que as novas gestões futuras se incumbirão disso.

PV – Que sentimento é mais predominante neste final de mandato?
ES – Gratidão.

Reuniao_dez2018_br
Em 7 de dezembro, na capital paulista, a diretoria executiva da ABRH-Brasil realizou a última reunião de sua gestão. Em clima de despedida e homenagens, os diretores avaliaram o desempenho da associação no triênio 2016-2018 e apresentaram o Relatório de Gestão, que pode ser acessado pelo público em geral: goo.gl/DG51C1

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20-12-2018_destaque