Manoela Mitchell, CEO e cofundadora da Pipo Saúde
A crescente onda de reajustes nos valores dos planos de saúde corporativos no Brasil tem levado as empresas a adotarem medidas criativas para conter a alta sinistralidade e controlar seus gastos.
Uma maneira de alinhar os interesses entre pagantes do plano de saúde (empresas) e beneficiários (funcionários) é a estratégia de coparticipação, que tem ganhado destaque como uma saída viável para enfrentar esse desafio crescente.
A adoção da coparticipação no mercado só vem crescendo. Aproximadamente 30% das empresas em sua base já adotam essa estratégia, com um aumento notável de 10% nos últimos dois meses.
A Pesquisa de Benefícios 2023 realizada pela Pipo também aponta que cerca de metade das 437 empresas pesquisadas adotam a coparticipação, com diferentes níveis de compartilhamento: 10%, 20% e, no teto legal, 30%.
Essa tendência é confirmada por dados da Aliança de Saúde Populacional (Asap) em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), que demonstram um aumento constante no uso dessa abordagem nos últimos anos.
Mas afinal, o que é coparticipação? Nesse modelo, parte das despesas de saúde é também paga pelos funcionários. É importante ressaltar, que isso só se aplica a alguns tipos de gasto de saúde: consultas, exames e idas ao pronto-socorro.
Essa abordagem é uma maneira eficaz de manter as contas em equilíbrio, algo crucial em um contexto de reajustes corporativos que não possuem um teto definido pela ANS e que, muitas vezes, ultrapassam 100%.
A coparticipação ajuda a reduzir a sinistralidade, uma vez que os usuários evitam procedimentos desnecessários e tomam decisões mais conscientes, contribuindo para um equilíbrio financeiro do plano.
A coparticipação é vista como um mecanismo de moderação, incentivando os usuários a fazerem escolhas conscientes em relação à utilização dos serviços de saúde. Mal comparando, quando não existe coparticipação, o colaborador tem um comportamento semelhante quando vai ao rodízio de carne: ocorre um consumo excessivo, mesmo sem fome. Já com coparticipação, existe um elemento moderador, estimulando escolhas mais ponderadas.
Na Pipo acreditamos que saúde requer personalização. Isto é, políticas de coparticipação devem se adequar às necessidades de cada colaborador. E isso já é algo que colocamos em prática nas mais de 100 mil vidas sob gestão que possuímos.
Por exemplo, é importante que pacientes gestantes tenham sua coparticipação isenta em exames de pré natal, pois uma gestação bem acompanhada gera uma relação ganha-ganha para todos os envolvidos.
Os incentivos financeiros em uma estratégia de coparticipação podem incentivar inclusive um estilo de vida mais saudável, promovendo cuidados preventivos e exames de rotina.
Para que as empresas consigam pôr em prática programas de coparticipação aderentes às suas necessidades e de seus colaboradores, é fundamental que elas confiem em fornecedores de saúde que utilizem dados e tecnologia, garantindo uma experiência boa a todas as partes.