Por Marco Ornellas*
No início do último ano, a consultoria Deloitte divulgou o estudo intitulado Tendências do Capital Humano , no qual o tema Design thinking recebeu uma atenção especial como uma das tendências de RH. E no decorrer de 2017 realmente comprovamos que a tendência se tornou realidade, com o design thinking ganhando importância e, principalmente, aplicação nas práticas de gestão de pessoas.
Porém, enquanto a Deloitte define o design thinking como o caminho para o gestor de RH se tornar um “arquiteto experiente”, prefiro dizer que Design thinking está inserido no caminho do novo papel do gestor de RH: designer organizacional , que é o profissional com posicionamento mais assertivo para ampliar as competências organizacionais da equipe de trabalho para redesenhar planos, investimentos e outros fatores fundamentais à realização da estratégia corporativa.
Por meio do Design Thinking, o gestor moderniza o ambiente de trabalho ao “pensar” as ações com base na experiência dos funcionários para evitar estresse ou frustração individual, de modo a criar uma situação contrária – a de satisfação na experiência de trabalho a partir do momento que cada um tem conhecimento da sua importância e seu valor para a empresa.
Como consequência à satisfação, aparecem o engajamento e o crescimento de produtividade. É nesse cenário que surgem os benefícios do design thinking para a empresa, como a possibilidade de reunir os funcionários em grupos com base em suas atitudes e necessidades (sob os aspectos físico e emocional), além de diminuir a rotatividade de mão de obra, promover maior alinhamento com a execução do plano de negócios e oferecer melhor experiência aos clientes.
Por esses motivos, o design thinking é considerado um método ágil e interativo que gera ideias inovadoras de forma rápida para impactar positivamente todos os aspectos da gestão empresarial (processos, políticas, sistemas, serviços e até mesmo tecnologias) por meio de novos processos internos, técnicas de avaliação (como brainstorming, por exemplo) ou adoção de ferramentas digitais, entre outras possíveis soluções que sejam relevantes, implementáveis tecnicamente e viáveis financeiramente.
A coerência é outra característica dominante no conceito de design thinking, que facilita a descobertas das respostas para diversas perguntas. As respostas permitem a “união dos pontos” nesta relação por meio da criação de um “círculo virtuoso”, o qual amplia horizontes e perspectivas sobre as questões tratadas com os funcionários.
Por fim, podemos dizer que design thinking como uma das premissas do designer organizacional é a melhor forma do RH sair do modo processual de atuação para o modo humanizado de atuação, pois tem tripla utilidade: compreender, entender e aprofundar a realidade dos funcionários.