Estudo do Ipea também estima que 73,3% da população brasileira estará na ativa
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As transformações tecnológicas e as mudanças previstas para o sistema previdenciário brasileiro devem alterar os padrões de participação no mercado de trabalho tanto dos homens quanto das mulheres, aponta um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que utilizou como ponto de partida o ano de 1992.
Com base nas projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a pesquisa estima que 73,3% da população brasileira estará no mercado de trabalho em 2030, ou seja, 1 ponto percentual a mais que o observado em 1992.
Segundo o estudo, a população economicamente ativa – entre 17 e 70 anos – vem apresentando aumento constante desde a década de 1990 em função do próprio crescimento populacional brasileiro. Os resultados indicam que o envelhecimento da população contribui para diminuir as taxas de participação da sociedade no mercado de trabalho. No entanto, o provável aumento da idade mínima de aposentadoria deve ampliar a presença de pessoas mais velhas no mercado, elevando a taxa geral de participação.
A projeção da taxa dos homens mostra tendência ao declínio – em 2030 deve alcançar 82,7%, ou seja, 6,9 pontos percentuais abaixo do observado em 1992. Mas a expectativa é de elevação no caso das mulheres – a presença feminina no mercado de trabalho deve chegar a 64,3% em 2030, ou seja, 8,2 pontos percentuais acima da taxa em 1992.
A pesquisa indica que a participação feminina ainda é menor que a masculina por conta de fatores como a discriminação no mercado de trabalho e normas culturais, que estabelecem um papel para a mulher como a principal responsável pelos filhos e pelos trabalhos domésticos. Mesmo diante desse cenário, a taxa de participação feminina apresentou crescimento contínuo para as gerações nascidas a partir de meados dos anos 1940, enquanto a taxa de participação masculina mostrou tendência de queda ao longo dos anos.
As flutuações da economia influenciam a taxa geral de participação da população no mercado de trabalho. Os homens, porém, são menos afetados por fatores como aumento ou redução no nível de empregos e salários por conta da expansão ou retração da economia no país.