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Uma pesquisa realizada pela consultoria Crescimentum aponta que as empresas brasileiras estão promovendo para cargos de primeira liderança analistas que ainda não possuem competências de gestão essenciais, como a habilidade de delegar e de desenvolver a equipe em estágio maduro. Ainda de acordo com o estudo, o líder de primeira viagem tem lacunas relacionadas às habilidades de resolver conflitos e de se comunicar.

As constatações têm por base avaliações de 325 gerentes recém-alçados ao cargo que participaram do programa de formação Líder do Futuro, da própria consultoria. A amostra tem proporções similares de homens e mulheres, com 32 anos em média e que estão à frente de equipes de até cinco pessoas. As análises levam em conta só as opiniões de subordinados, pares e superiores e avaliam uma série de competências com notas de zero a dez, sendo as abaixo de 7,5 consideradas pontos a melhorar.

Para Renato Curi, sócio-diretor e trainer da consultoria, chama a atenção o fato de os pesquisados atuarem em empresas de médio e grande porte com RHs estruturados, avaliações regulares e oferta de capacitação. “Isso mostra que os processos de desenvolvimento são capazes de identificar quem tem potencial, mas falham na hora de avaliar competências essenciais a um gestor e, aparentemente, essa situação não está sendo conduzida.”

A maior dificuldade é formar sucessores (nota 6,88, a menor da sondagem). Características relacionadas a essa competência aparecem em 30% das avaliações abaixo de 7,5 e, a partir delas, é possível fazer o seguinte diagnóstico: o gestor iniciante administra mal o tempo (terceira menor nota, 7,22) e dedica-se pouco ao treinamento da equipe, gasta tempo demais com tarefas operacionais e menos do que deve com atividades estratégicas.

A pesquisa identificou também a necessidade de desenvolver a inteligência emocional. Dar e receber feedbacks, por exemplo, aparece como a segunda maior lacuna (nota 6,98). Adequar-se aos perfis dos liderados é a quarta (7,27). A administração de conflitos, a sexta (7,37). Lacunas relacionadas ao gerenciamento das emoções também aparece com destaque.

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Para Curi, as empresas tendem a priorizar a capacitação nos níveis mais altos esperando que os reflexos sobre os demais colaboradores ocorram naturalmente. Ele lembra, no entanto, que a passagem para a primeira liderança é um momento crucial na carreira e que cuidar desse momento rende frutos futuros.

“É um momento crítico que precisa ser cuidado, não só porque gera equipes melhores, mas porque acelera a formação de líderes para os escalões mais altos”, diz.

O especialista lembra ainda que as empresas precisam desenvolver um olhar mais apurado na hora identificar os candidatos à promoção, priorizando os que têm as habilidades necessárias à função de gestor: “É muito comum que o melhor vendedor vire gerente de vendas, mas isso não deve ser regra”.

Pontos fortes
A pesquisa também apontou pontos fortes dos novos líderes brasileiros. Seus subordinados os reconhecem como profissionais éticos, que se responsabilizam pelos resultados e que interagem bem com os líderes diretos.

Além disso, tratam subordinados com respeito, estão motivados para o trabalho e propõe soluções.

Curi afirma que essas são características de pessoas que são capazes de estabelecer boas relações e conquistar confiança, a base fundamental da boa liderança.

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