ABRH Brasil

*Por Robson Campos, diretor de produtos de RH da TOTVS

A chegada de novas gerações ao mercado de trabalho é um movimento constante e que sempre traz novos desafios para o RH. Hoje, vivenciamos a chegada da geração Z – e em breve da alpha – que certamente vai trazer novas demandas ao mercado de trabalho. Os chamados “nativos digitais”, trazem consigo outros anseios no que diz respeito à carreira, muitos deles inéditos no cotidiano corporativo. Nesse contexto, as empresas enfrentam mais do que nunca o desafio de atrair e engajar estes talentos.

Diferente de gerações anteriores, os profissionais da geração Z priorizam aspectos que vão além da remuneração ou de um plano de carreira bem definido. Para eles, questões como bem-estar, equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, flexibilidade e, sobretudo, a conexão com o propósito da empresa tornam-se pontos prioritários na hora de escolher um emprego. E como em breve a geração Z vai corresponder à maior parte da força de trabalho, a capacidade de atrair e engajar esses profissionais torna-se ainda mais crucial inclusive para o sucesso dos negócios.

Para atrair profissionais tão “conectados”, um primeiro passo importante é entender o papel da tecnologia nessa jornada de não apenas encontrar, mas conquistar esses talentos. Isso vale para toda a jornada: atração, contratação, onboarding, avaliação de performance, feedbacks, desenvolvimento e por aí vai.

Pensando na jornada do colaborador, o apoio da tecnologia começa já no processo seletivo. Aqui, quanto mais digital, melhor! Em meio à enorme disputa por trabalhadores qualificados, desenvolver processos de recrutamento atrativos e, principalmente, assertivos é ao mesmo tempo o desafio e a chave de uma estratégia bem-sucedida. Com o apoio da tecnologia, essa missão pode se tornar mais prática e precisa. A partir de padrões pré-estabelecidos e análise de dados, sistemas especializados cruzam informações para selecionar os candidatos mais adequados para as vagas oferecidas, com muito mais inteligência na busca.

Outra forma valiosa de engajamento dos colaboradores é o apoio ao seu desenvolvimento e aprendizado contínuo. A geração Z já mostrou que busca cada vez mais propósito para a carreira e as empresas precisam entender que exercem um papel fundamental nesse contexto. Incentivar e estimular o aprimoramento de habilidades e conhecimentos por meio de plataformas digitais de cursos e capacitações, inclusive com ferramentas de gamificação, pode ser muito mais atrativo e enriquecedor para um público formado por nativos digitais. E além dos benefícios para o colaborador, este engajamento também traz dados valiosos para a própria empresa, que consegue acompanhar de forma eficaz o desenvolvimento do time.

Outro ponto importante é a flexibilidade. Depois da pandemia, é impossível falar de atração de talentos sem pensar também neste conceito. E ele, sem dúvida, é um aspecto bastante valorizado pelos profissionais que estão chegando ao mercado de trabalho. Neste sentido, a adoção de um modelo de trabalho e benefícios flexíveis também é um diferencial importante para esta geração que valoriza aspectos de bem-estar que vão muito além do salário.

Por fim, não poderia deixar de destacar a importância de usar a tecnologia como aliada para a empresa estar presente onde seu público está. E se esse público é a geração Z, as redes sociais definitivamente são esse lugar. Um bom posicionamento da marca no ambiente digital, com a divulgação da sua cultura, vagas e ações internas contribuem para o employer branding da companhia e para, consequentemente, torná-la mais atrativa.

O mercado mudou e o RH precisa acompanhar as inovações e as novas gerações. Isso inclui instituir novas práticas, modelos e técnicas de gestão de pessoas. A jornada do colaborador está em crescente protagonismo e cabe a cada empresa estudar as melhores estratégias do seu mercado para conquistar e engajar talentos. Por vários caminhos, a tecnologia possibilita a formação de novas conexões entre candidatos e companhias, trazendo maior eficiência na gestão de pessoas e instituindo novas práticas, mais dinâmicas e modernas.