*Por Cristiane Adad
É consenso que todo bom profissional precisa passar por uma lapidação que lhe permita aprender seu ofício e desempenhar seu papel. Além de grandes mentores, experiência teórica, acesso à realidade prática e capacidade crítica, os jovens aprendizes precisam também despertar seu senso de curiosidade além do dia a dia. Quanto mais questionador, mais ele enxergará o mundo fora das quatro paredes que o abrigam.
Assim deve ser a vida do novo estagiário. Ao contrário dos estudantes de antigamente, que serviam café, tiravam cópias, operavam impressoras e organizavam arquivos, os universitários de agora se expõem a um cenário mais desafiador, aos programas de computador, aos aplicativos de smartphones, à velocidade do mercado, às mudanças constantes e, principalmente, ao excesso de informação. Ou seja, as inovações tecnológicas e a conectividade com a internet são as grandes aliadas da geração Y – composta por jovens nascidos entre meados dos anos 80 até o ano de 1996.
Novos aprendizes não são somente os profissionais do futuro.
Esses novos aprendizes não são somente os profissionais do futuro, que vão agregar as aptidões práticas, teóricas e seus diferenciais ao ambiente de trabalho, mas, também, pessoas com experiências únicas, que poderão contribuir para a construção de um cenário ainda mais sólido e inovador.
Por esses inúmeros motivos, algumas características podem fazer com que um estagiário se destaque ao participar de uma seleção. Em primeiro lugar está o desejo de aprender e de fazer parte da corporação. Quando o jovem sabe o que quer, ele mostra ao contratante uma confiança e comprometimento atípicos para a idade. Isso conta pontos!
Pessoas com ambição profissional e flexibilidade para dialogar, que sabem o momento certo para agir com autonomia também têm mais espaço no mercado de trabalho. Claro que a responsabilidade ao cargo de estagiário será cobrada de acordo com sua função, mas arriscar também tem seu valor.
Um ponto que é de extrema importância, e que muitos candidatos não se atentam, é estar antenado às notícias. Quando digo notícias, não falo de mídias sociais, mas de informações sobre política, economia, esportes, sociedade, cultura, negócios, estratégia, últimos acontecimentos no mundo e no país. Nada é mais importante que saber conversar e se posicionar sobre todos os tipos de assuntos.
Importante lembrar que ter experiências culturais pode garantir alguns pontos extras. Conhecer museus, restaurantes, música, apreciar bons programas e saber falar sobre temas que estejam em alta. Mas nada disso vale se o estagiário não souber seu valor na companhia.
Resta-nos, como mentores, ter paciência, inteligência racional e emocional para ensinar.
Muito mais que um aprendiz, o estagiário é o futuro profissional. Por isso, o mercado tem exigido cada vez mais dele e as empresas têm calibrado bem suas escolhas em processos longos. As grandes corporações não querem mais um mero estudante, que fique por um ou dois anos, mas, sim, os futuros trainees, que assumirão ao longo do tempo os cargos estratégicos e que desenvolverão suas carreiras sob o perfil da companhia e com a tutela dos grandes nomes ali lapidados anteriormente. São gerações criadas dentro da própria empresa.
É justamente por entender a importância desse jovem no mercado de trabalho e da primeira experiência profissional em sua vida que já existem processos focados exclusivamente do desenvolvimento desses profissionais. Resta-nos, como mentores, ter paciência, inteligência racional e emocional para ensinar. Por que se esses jovens amanhã se transformarem em profissionais medíocres, teremos que fazer o mea culpa, pois nossa parcela há de ser cobrada. Mas, se nos depararmos no futuro com excepcionais profissionais, sejam CEOs ou não, será um orgulho olhar para eles e poder dizer: aprendi com você tanto quanto você aprendeu comigo!