ABRH Brasil

Saúde mental é o norte da campanha “Janeiro Branco”, mas tema precisa ser

discutido ao longo de todo o ano dentro das empresas

Prevenir e conscientizar a sociedade por meio de campanhas mensais já virou realidade no Brasil. E em janeiro não poderia ser diferente, afinal, no primeiro mês do ano, é tempo de estabelecer metas, fazer planos e, também, de promover o “Janeiro Branco”. A iniciativa nasceu em 2014 a fim de chamar a atenção para o tema da saúde mental na vida das pessoas. E, desse modo, trata-se de um assunto que precisa estar constantemente na pauta das empresas. Para reforçar este tema dentro do RH e das organizações, a ABRH Brasil organiza anualmente o CONARH SAÚDE (Congresso Nacional de Recursos Humanos, com foco em Saúde).

Nos últimos anos, o tema saúde mental vem tomando proporções e, desse modo, ganhando relevância cada vez maior na medicina, pois exige cuidado, tratamento e acompanhamento profissional. Portanto, falar de saúde mental não se restringe a rodas de conversas, pois essa tendência – evidenciada pela pandemia – é um tema que precisa de atenção, prevenção e ação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou, em 2021, o Brasil como o país mais ansioso do mundo e o segundo na classificação de diagnóstico de depressão. O mesmo estudo mostra que 18,6 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade. Nesse sentido, o Conselho Federal de Farmácias revelou que a venda de antidepressivos e ansiolíticos têm aumentado cada vez mais no país.

“O ‘Janeiro Branco’ chegou para reforçar que o cuidado com a mente é tão importante quanto o cuidado com o corpo. Apesar de ainda ser considerado tabu em algumas organizações, questões mentais não podem ser deixadas de lado e precisam estar em pauta no ambiente de trabalho. É preciso criar base para a saúde mental dos colaboradores. Esse é um dos pilares para a gestão de pessoas”, pondera Luiz Edmundo Rosa, Diretor do Desenvolvimento de Pessoas da ABRH Brasil.

O mundo está cada vez mais acelerado e, diante disso, pesquisas mostram que as empresas vêm priorizando essa preocupação com o bem-estar do profissional. Hoje, cerca de 80% das organizações que investem em saúde mental conseguem melhores resultados. “É preciso que o líder fale sobre suas dificuldades e vulnerabilidades a fim de incentivar os demais colaboradores”, enfatiza Luiz.

A gravidade do tema é tamanha que a Síndrome de Burnout, por exemplo, foi classificada, em janeiro de 2022, como uma doença do trabalho. “Trata-se do estresse crônico. Isso é, portanto, resultado de ações como cobrança excessiva, horários irregulares, metas impossíveis, relações desgastadas, ambientes tóxicos, além de falta de comunicação e de entrosamento das equipes”, explica.

A pessoa diagnosticada com a Síndrome de Burnout não consegue administrar suas tarefas e isso acaba aumentando o grau do estresse negativo. A consequência disso é o estresse crônico que, por fim, compromete o desenvolvimento físico e mental do profissional, impactando diretamente sua produtividade. Para Luiz, “O Burnout tem essa dimensão emocional e física e sabemos que esse estresse decorre de uma gestão inadequada e insatisfatória da relação intra e interpessoal”.

Discutir essas práticas de bem-estar em um ambiente corporativo é fundamental. A vida pede equilíbrio, tanto fora quanto dentro da empresa, uma vez que a saúde mental está relacionada com o bem-estar físico e social. “A forma como o profissional lida com suas emoções, ambições e com as exigências e cobranças externas afeta toda a sua vida pessoal e profissional. Chegou a hora de entender que tanto no trabalho quanto fora dele, a pessoa é a mesma, e que ela precisa extinguir qualquer problema de relacionamento, tanto com os outros quanto consigo mesma, para, assim, melhorar a sua rotina e, consequentemente, sua produtividade”, diz Luiz.

O CONARH SAÚDE, que será realizado no dia 31 de maio, tem como objetivo trazer as melhores estratégias e casos de sucesso que contribuam para a melhoria dos resultados da saúde corporativa do Brasil. O encontro vai acontecer na Amcham (Câmara Americana do Comércio), em São Paulo (SP).

Sobre a ABRH Brasil 

A ABRH Brasil, presidida por Paulo Sardinha, está presente em 21 Estados e no Distrito Federal. As seccionais são desvinculadas juridicamente e independentes, integradas na missão de promover o desenvolvimento dos profissionais de RH e gestores de pessoas por meio de eventos, pesquisas e troca de experiências, além de colaborar com os poderes públicos e demais entidades nos assuntos referentes à sua área de atuação. Filiada à WFPMA (World Federation of People Management Associations) e à FIDAGH (Federación Interamericana de Asociaciones de Gestión Humana), a ABRH Brasil é cofundadora e integra a CRHLP (Confederação dos Profissionais de Recursos Humanos dos Países de Língua Portuguesa), fundada em 2010. 

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Janeiro/2023

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