ABRH Brasil

Por Lucilaine Lima*

Eu conheço muitos líderes. Já estive com muitos deles, cada um com seu estilo de liderar. A forma que cada um exerce a liderança tornou sua eficiência e efetividade únicas, não dá para comparar.

Líderes são líderes, independe de um padrão ou forma de liderar, independe de formatos prontos, de como tem que ser. Na prática não é assim, é apenas ser. SER líder implica muito mais SER.

Acredito na liderança que vai junto, que está lá, na pegada, mão na massa, motivando, chorando junto, vivendo o luto junto

Liderar exige credibilidade, confiança, exemplo, servir… sim, servir. Acredito na liderança que vai junto, que está lá, na pegada, mão na massa, motivando, chorando junto, vivendo o luto junto também. Essa liderança impulsiona, mostra uma eficiência sem tamanho, afinal, quem não quer seguir alguém assim? Que não só norteia as tarefas a serem entregues, mas que pega na mão, ensina e mostra a direção, como, onde, quando…

Ser líder não é simplesmente sentar em algum local, não é um lugar, não é! É infinitamente mais que isso, independente de reconhecimento ou não, se você consegue influenciar pessoas, se a sua vontade queima em fazer e realizar algo com amor, se você serve de alguma forma, demonstra serviço, vivencia sacrifícios, quando fala alguém ouve e faz, exercendo uma autoridade natural, sim, você está no rol dos líderes, seja em qualquer área que execute isso.

Liderança implica muitas interfaces, mas todas elas levam a atingir resultados expressivos naquilo que você executa. É transformar pessoas simples em verdadeiros soldados, preparados a qualquer tempo para enfrentar uma guerra, apaixonados pela sua causa, pelas suas ideias. É olhar para aqueles sem a menor condição e prepará-los, formando algo que não existe. É servir ao outro para que ele brilhe, é colocá-lo na linha de frente e acreditar que ele é capaz de fazer algo extraordinário e dar todo esse crédito a ele. É explicar suas ações, o porquê das suas atitudes, reforçar, fazer entender.

É esse tipo de liderança que quero continuar exercendo, ainda que ela me traga decepções, tristezas e frustrações

Ainda que muitos não estejam preparados para se sentirem cuidados, amados e educados com esse grau de intensidade que a liderança através do serviço trás, é esse tipo de liderança que quero continuar exercendo, ainda que ela me traga decepções, tristezas e frustrações, ainda que a cultura seja de “puxar o tapete” e “tirar vantagem”, continuarei acreditando que o exemplo arrasta, continuarei vivendo a imparcialidade, amando e valorizando meus colaboradores, pois cada um é importante em suas diferentes atribuições.

Liderar dessa forma, ao contrário do que muitos pensam, pode sim ser produtivo, desde que tenhamos bem claro, o método a ser utilizado, o caminho a percorrer. Quando não temos isso, as pessoas ficam perdidas, soltas ou inseguras. Sempre que não há um desenvolvimento dessas lideranças e quando isso não é tratado como um ponto estratégico do negócio, o RH sofre, convivendo com a dificuldade de reter pessoas. Desenvolver lideranças também é uma estratégia do negócio para o crescimento de uma empresa, só a entrega de resultados permite esse crescimento, e isso, pode sim, ocorrer de uma forma democrática, de serviço, uns para com os outros.

Desenvolver pessoas que performam com alto desempenho dá trabalho, mas é necessário! Como fazemos isso? Eis algumas dicas: aguçando o potencial de cada um, atribuindo-lhes novas responsabilidades, dando feedbacks para o autoconhecimento e crescimento, entendendo os perfis da equipe, saber ouvir, falar, trabalhar crenças, reprogramar as limitações, compartilhar metas, dessa forma, podemos extrair o melhor de cada pessoa.

Liderar sem imposição, chantagem ou força, requer um preço muito alto: o seu exemplo, apenas isso é suficiente. Você está pronto?

Lucilaine Lima - Credito Fabio Seixo 02_br
*Lucilaine Lima é bióloga, gastrônoma e fundadora do Instituto Gourmet, rede de escolas de gastronomia / Foto: Fábio Seixo