O adoecimento ocupacional e as quedas em altura durante o trabalho serão o foco da CANPAT – Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho de 2018, que será realizada pelo Ministério do Trabalho em todo país a partir de abril. Helton Yomura, ministro interino do Trabalho, diz que, diferentemente dos anos anteriores, a campanha se estenderá até outubro, com o intuito de firmar uma cultura de prevenção contínua contra acidentes do trabalho.
Em todos os estados, o MTb realizará eventos sobre o tema com foco em datas específicas, como o 1º de maio, o Dia D de Inclusão de Pessoas com Deficiência e outras datas importantes para a Inspeção do Trabalho, como o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (27/07) e o Dia Nacional de Segurança e Saúde nas Escolas (10/10).
De acordo om a OIT (Organização Internacional do Trabalho) acidentes e doenças do trabalho representam 4% do PIB, o que ultrapassa o valor de R$ 200 bilhões/ano no Brasil.
“A Canpat 2018 foi pensada de forma coletiva, junto com instituições apoiadoras, sejam parceiros institucionais ou associações relacionadas aos profissionais. Contamos ainda com o apoio de confederações de empregadores e centrais de trabalhadores, além de profissionais da área de segurança e saúde no trabalho no país”, saliente Eva Patrícia Gonçalves Pires, diretora do Departamento de Saúde e Segurança do Ministério do Trabalho.
Entre as várias ações da campanha deste ano, serão realizados estudos e diagnósticos envolvendo questões de segurança e saúde, a exemplo de acidentes e adoecimentos, temas da campanha. Dados da OIT de 2013 mostram que, do total de acidentes e doenças do trabalho observados em outros países, as doenças ocupacionais representam, em média, 84% desse número.
Já no Brasil, o número de Comunicações de Acidentes de Trabalho (CAT) correspondentes a doenças ocupacionais é inferior a 2% do total. “Isso não quer dizer que os trabalhadores não adoecem, mas sim que os números, seja em vista da grande subnotificação e pela invisibilidade da doença do trabalho, não estão refletindo a realidade”, explica Eva.
Segundo a diretora, acidentes com trabalho em altura são frequentes e muitos prejudiciais no Brasil, tanto que o fato motivou a publicação de uma norma específica em 2012: a Norma Regulamentadora nº 35. “Mesmo assim, quedas de trabalho em altura ainda persistem em segundo lugar em óbitos por acidentes do trabalho típicos com CAT registrada, o que justifica a urgência em massificar o tema”, avalia.