ABRH Brasil

Por Marcelo Gallo*

O Brasil evoluiu consideravelmente no acesso das crianças ao ensino fundamental. Conforme dados do Ministério da Educação, em 1980, 80,1% das crianças de 7 até 14 anos estavam na escola. Em 2011, o percentual era de 97,6%. Avançamos na universalização do ensino, mas continuamos com graves problemas na evasão escolar e na qualidade da aprendizagem.

Temos muitas informações para exemplificar a precariedade da nossa situação atual, mas para ser objetivo, vou citar apenas o levantamento feito pelo Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), divulgado no dia 12 de fevereiro deste ano. Alguns dados informados: os alunos do 9º ano chegam com defasagem de três anos em matemática; apenas 14,2% dos alunos do 9ª ano apresentam o conhecimento adequado de matemática e somente 25,6% na língua portuguesa. Para os alunos do 3º ano do ensino médio, 45% não apresentam capacidade de interpretação de texto, um absurdo, considerando que estamos tratando de jovens, que teoricamente deveriam cursar uma faculdade no próximo ano.

Chegamos então no tópico referido no título deste artigo. Há um funil no processo educacional brasileiro, também conhecido pelo termo “evasão escolar”, que vai deixando milhões de jovens pelo caminho, que acabam com baixa qualificação educacional, pouca ou nenhuma empregabilidade, excluídos do processo produtivo e da inclusão social gerada pelo trabalho e renda.

Frequência escolar das crianças entre seis e 14 anos, 96,9%.

Frequência escolar dos adolescentes entre 15 e 17 anos, 68,4%.

Frequência escolar dos jovens entre 18 e 24 anos, 23,2%.

Perceberam o funil?

No Brasil, conforme números do Ministério da Educação, apenas 18% dos jovens entre 18 e 24 anos estão em um curso de nível superior. Nos países ricos, a média é de 74%, conforme relatório da Unesco.

Para um Brasil melhor, temos que ter como estratégia de país uma educação de melhor qualidade, mais acessível, atraente e que consiga despertar nos jovens o interesse pela continuidade de seus estudos, tendo como consequência uma maior qualificação, empregabilidade e geração de renda.

*Marcelo Gallo é superintendente nacional de Operações do CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola            Foto: Divulgação CIEE|Edith Schmidt

 

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