A Internet faz parte da vida de 116 milhões de brasileiros. Seja para acessar serviços (de todos os tipos, inclusive bancários, de localização e deslocamento) ou para se divertir com vídeos ou redes sociais, o fato é que ela uma realidade em nossa vida moderna e, como todas as demais coisas da nossa vida, exige cuidados. Sem eles, aquilo que poderia ser algo para nos ajudar e facilitar o dia a dia, acaba se convertendo numa verdadeira dor de cabeça.
A seguir, alguns cuidados básicos para que as redes digitais, em especial, sejam espaço de aprendizado, e não de dor de cabeça. Do ponto de vista pessoal:
- Cuidado com o que você posta e com o que você comenta – nada na rede se apaga. A regra é simples: você se orgulharia de ver o seu post ou comentário na capa de um jornal impresso? Se a resposta é sim, vá em frente. Se a resposta é não, repense.
- Proteja o que é importante para você – há sempre uma questão de segurança envolvendo rotinas. Se você considera postagens dessa natureza relevantes (por exemplo para compartilhar o crescimento dos filhos com avós que moram longe), selecione quem pode ver tais postagens.
- Cuidado com o que você compartilha – estamos vivendo a era das fake news, e o movimento deve se intensificar por conta de movimentos políticos e polarização da rede. Em outras palavras, consulte a fonte das notícias, evite aquelas muito cheias de adjetivos (não é bom jornalismo) e aquelas cujo título é sensacionalista. Não resolve 100% dos casos, mas já evita que você seja mais uma pessoa a engordar um movimento nocivo.
- Seja gentil sempre – mesmo quando você está usando sites para compartilhar experiências negativas de compra, para responder algo que tenha considerado completamente sem noção ou desrespeitoso, seja gentil, cortês. Não se combate desrespeito com desrespeito.
- Atenção para as regras sociais de cada rede – Há redes em que entramos para passar tempo, nos divertir. Há outras em que entramos para investir tempo, fazer contatos de trabalho. As regras de convivência são diferentes em cada uma delas. Na dúvida sobre como agir, observe os demais membros.
Mas o que podemos dizer do movimento das redes digitais para as empresas? Também há alguns princípios que podemos levar em consideração para a experiência ser produtiva e valer a pena o investimento.
- Se quer dialogar, esteja onde o diálogo acontece. Hoje em dia, não ter presença nas redes sociais é como não ter site da empresa no início dos anos 2000. Por conta da facilidade de acessos, especialmente para serviços, é muito comum que os clientes (ou usuários, ou interessados) buscarem informações primeiro por lá. Então, a empresa que quer dialogar, estar próximas de seus clientes, precisa pensar numa estratégia de comunicação que contemple as redes, além de outros pontos de contato mais tradicionais.
- A rede não é para amadores – dado o primeiro passo (ou seja, estar nas redes), o segundo, igualmente importante, é estar preparado para interagir com os usuários. Crises acontecem e precisam ser gerenciadas imediatamente. Uma boa estratégia de conteúdo engaja e aproxima as pessoas. Conteúdos que não tenham “fit” com a audiência-chave dão muito trabalho e nenhum resultado.
- Interaja – o principal benefício de estar nas redes é dialogar. Portanto, não deixe comentários sem resposta e não responda tardiamente. Além disso, privilegie assuntos que realmente tenham o potencial de estimular o diálogo.
- A rede é viva – a estratégia também precisa ser – Aquilo que funciona antes pode estar obsoleto agora. Com a mudança constante dos algoritmos das redes, hoje em dia conteúdo sem investimento tem baixo alcance. Há inúmeras técnicas que ajudam a posicionar bem o conteúdo de cada empresa, levando em consideração o perfil do público de interesse e a necessidade dos usuários. Procure um especialista para ajuda-lo(a) nessa jornada.
- Consistência é tudo – cada vez mais nosso conteúdo transita em diversas mídias – online, off-line, tradicional ou não, “interna” ou “externa”. Conteúdos criados e distribuídos dentro da empresa podem ultrapassar seus muros rapidamente. Aquilo que se refere à empresa e está “no mundo lá fora” também chega dentro de casa rapidamente; conclusão: esse tal muro é imaginário. As informações na rede transitam onde há interesse por elas. A estratégia de comunicação da empresa precisa, portanto, ser consistente com suas atitudes e absolutamente integradas.
Nunca foi tão importante investir tempo em planejamento, estar vigilante sobre o que fazemos e antecipar para onde vamos.
Viviane Mansi é diretora da ABRH, especialista em diálogo, docente e executiva na Toyota. Publica regularmente no Linkedin. Este artigo foi originalmente publicado na Sustentare – Escola de Negócios e adaptado especialmente para a ABRH.