Por Júlio Brito
O caminho dos negócios para acompanhar os novos modelos de trabalho. Júlio Brito, General Manager da Swile Brasil, fala sobre as transformações e demandas por habilidades, satisfação, adaptação tecnológica e Diversidade & Inclusão com foco no fator humano.
Não há futuro do trabalho se não cuidarmos das pessoas. Se eu pudesse responder de forma direta, dentro da minha experiência de mais de quarenta anos no mercado, seria isso. Estamos construindo um mundo, diante das recentes transformações, em que não há mais volta: ou colocamos pessoas no centro da estratégia ou ficamos para trás. E tudo isso também envolve pensar nas mudanças dos perfis dos profissionais que desejamos atrair e engajar em nossas empresas, com uma, cada vez maior, busca por requalificação e letramento tecnológico.
Fazer gestão de pessoas é um desafio, mas não deixa de ser um trabalho onde a satisfação é uma via de mão dupla. E é preciso desmistificar essa ideia centrada apenas no papel do RH. Estamos observando e participando ativamente de um movimento de mudança onde as tarefas operacionais e burocráticas ganham automação, e os líderes, que fazem gestão de pessoas o tempo todo, podem e devem se ocupar da experiência das equipes. E há um motivo para isso, é claro.
Falamos muito sobre Felicidade no Trabalho e levamos esse tema a sério na Swile. Porque o bem-estar e o equilíbrio da vida profissional e pessoal são fatores que impulsionam a produtividade e a realização das pessoas. É uma relação ganha-ganha, pois cuidar das pessoas é aumentar o engajamento e a excelência nos resultados, além de, principalmente, valorizar a experiência de quem veste a camisa da empresa para que eles possam também oferecer o melhor para os nossos clientes.
Para isso acontecer, não basta reconhecer a necessidade urgente que temos com a saúde mental das pessoas colaboradoras e oferecer ambientes de trabalho mais confortáveis. As demandas são plurais e essa diversidade deve ser um motor para a inovação a caminho do futuro. E diante de tantas trocas de conhecimento com pessoas do mundo inteiro, painéis relevantes, dados inéditos que tive acesso no CONARH 2023, reafirmo aquilo que se conectou com o meu trabalho desde o começo: quando focamos em gente, tudo muda.
Vivendo a inovação na prática
Quando pensamos e oferecemos benefícios junto aos nossos clientes, voltamos sempre ao propósito de compreender as mudanças que já acontecem e que acontecerão muito mais
rápido no mercado de trabalho. A pandemia foi um acelerador dessa transformação, mas não podemos ignorar que o que encaramos hoje é uma pluralização de “novos normais”. O que conhecemos como “novo normal” ontem já não funciona mais. Se as pessoas têm necessidades diferentes e o futuro do trabalho é diverso e inclusivo, como ainda pensar uma cesta de benefícios, importante fator de satisfação, da mesma maneira de anos atrás?
Nesse processo, o empoderamento do RH é fundamental. E o que observo é que, apesar de algumas empresas já estarem nessa movimentação, boa parte delas ainda não exercita a escuta ativa para demonstrar ao seu colaborador que está atenta, se interessa e cuida do que é importante para eles. Gasta-se mais tempo mantendo iniciativas tradicionais, fornecendo mais do mesmo, ao invés de se abrir para oportunidades estratégicas e inovadoras. E o que posso dizer é que há, cada vez mais, espaço para isso.
É só olhar para o que acontece no mercado de benefícios hoje. Os impactos das mudanças na legislação no setor, como o Decreto nº 10.854, de novembro de 2021, com um capítulo dedicado ao Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e a Lei nº 14.442, de setembro de 2022, foram um divisor de águas na prática. Agora, quem faz Gestão de Pessoas tem na mão o poder de gerar ainda mais valor para o seu colaborador.
Seja com Benefícios Flexíveis, ou até 8 categorias em um único cartão, além de serviços digitais diferenciados para o colaborador e também para o RH, com total segurança jurídica, a escolha deve focar na experiência das pessoas. E não era o que víamos no mercado até então, quando rebates ou descontos às contratantes, ou pós-pagamento, ainda não eram proibidos.
Acompanhamos o mercado de trabalho se transformar e evoluir os papéis dos líderes, das áreas e de todos os negócios. Do grande ao pequeno e de qualquer segmento, os empreendimentos tiveram que rebolar para lidar com cenários de alta complexidade e gap de talentos qualificados, aumentando a competitividade entre as empresas.
Nos últimos anos, por exemplo, os bancos digitais reinventaram as instituições financeiras convencionais e abriram caminho para as inovações. A questão é que o novo, muitas vezes, está ligado a percepções de medo e incerteza. Porém, a inovação é um caminho inevitável para aqueles que querem liderar a mudança.
O futuro do trabalho já está acontecendo
Quando olho para o passado e vejo as revoluções que vivenciamos no dia a dia, acredito que não há mais lugar para falar de futuro sem que estejamos preparados para a coletividade. A tecnologia vem para ser uma aliada a mais para o RH e para os gestores terem tempo para cuidar de pessoas. Precisamos ter isso em mente.
É através da conexão, no sentido tecnológico e também humanizado da palavra, que vamos impulsionar as organizações. O protagonismo dessa mudança, que já está acontecendo a cada minuto, será daqueles que não ignoram o bem-estar dos colaboradores, a flexibilidade e a inovação. No momento em que paramos de olhar para a busca por
equilíbrio, satisfação e propósito no trabalho apenas como tendências, e não como demandas, paramos de sonhar com o futuro e passamos a realizá-lo. E ele pode ser muito melhor se cuidarmos, de verdade, de gente.
Júlio Brito
General Manager Brasil da Swile