ABRH Brasil

Por Ruth Rigatieri*

Uma das lições que essa crise econômica nos ensinou é valiosa e, ao mesmo tempo, desafiadora. Em tempos tão difíceis, está cada vez mais claro para profissionais de todas as áreas, formações e idades que nunca é tarde para se reinventar. E que, para que essa transição ou upgrade de carreira aconteça da forma mais positiva, saudável e eficiente é necessário não só força de vontade, mas também um ambiente receptivo aos trabalhadores que buscam este movimento.

Eu sou a prova viva de que é possível mudar de área e ser feliz. Ou, como no meu caso, virar a página e se reencontrar. Após trabalhar por anos em um banco, decidi dar uma pausa em minha vida profissional para me dedicar aos meus filhos. Contudo, não resisti ao chamado da WDC Networks, que ensaiava sua trajetória de crescimento nos idos de 2009. A empresa precisava de alguém para ajudar no setor financeiro, e decidi encarar o desafio, mesmo tendo ficado anos fora do mercado de trabalho – e, por isso mesmo, sedenta por desafios e, ao mesmo tempo, com a necessidade de me aperfeiçoar para dar conta do recado.

Quando cheguei aqui, éramos 40 pessoas – isso, para uma empresa de tecnologia, é considerado pouco. Mas, conforme fomos crescendo, novas marcas foram chegando e novas parcerias foram se consolidando, sentimos a necessidade de ter um departamento de RH estruturado. Nosso salto comercial demandava mais recursos humanos (e ainda demanda). E eu, sem qualquer receio, chamei a responsabilidade para mim.

É plenamente possível fazer uma gestão de recursos humanos humanizada.

Assim como toda empresa atenta ao mercado, a WDC investe constantemente em movimentos e mudanças que fomentam sua trajetória – e desde sempre sinto parte deste processo. Buscamos agregar valor ao nosso recurso mais importante: pessoas. Nossa equipe é formada por profissionais que são especialistas em tecnologia e, acredite, ainda há espaço para que todos possam crescer e se desenvolver. Isso porque temos como regra sempre olhar para os nossos colaboradores antes de preencher um novo cargo. Se temos pessoas talentosas e que podem dar conta do desafio com tranquilidade e competência, por que buscar uma pessoa fora dos nossos quadros? Isso, para mim, não faz o menor sentido.

Ao mesmo tempo, procuramos ao máximo proporcionar momentos de bem-estar e leveza. Seja um doce no Halloween ou a instalação de uma área de descompressão, um benefício a mais com um desconto a menos em folha, é plenamente possível fazer uma gestão de recursos humanos humanizada. Pode soar redundante mas, se pararmos para pensar, trata-se de algo óbvio: seres humanos precisam ser tratados como tal, com total respeito às suas individualidades e particularidades. Priorizar os colaboradores é, sem dúvida, um dos nossos maiores valores, faz parte do nosso DNA e, portanto, nada mais natural para mim olhar as pessoas como… pessoas.

Afinal, qual é o perfil do profissional que buscamos? A resposta é simples. As pessoas que nós queremos e os especialistas que desejam estar ao nosso lado precisam ter flexibilidade, senso de justiça, empatia e, é claro, a compreensão de que existe um jeito certo de trabalhar.

Nós buscamos, escolhemos e desejamos ter conosco pessoas que sejam muito honestas.

Entre nós não existe “jeitinho”. Nós buscamos, escolhemos e desejamos ter conosco pessoas que sejam muito honestas, por uma simples questão de princípios. Valores éticos e profissionais não são excludentes, e devem/precisam ser combinados à capacidade técnica e a uma boa formação acadêmica.

A maior prova de que o nosso raciocínio é factível e de que é possível crescer mesmo em condições adversas está no fato de que, em 2018, conseguimos dobrar o número de colaboradores em São Paulo. Nossa unidade na Bahia segue a mesma trilha, e 2019 tem tudo para ser um ano ainda melhor que este. Com mais parcerias, mais negócios, mais novidades e, sobretudo, mais pessoas de valor em nosso time.

Voltando ao começo, sobre o desafio que é mudar de área e, ainda, conseguir uma recolocação em meio a uma economia em crise, não basta ter boa vontade e iniciativa. É verdade que isso ajuda um bocado, mas também é necessário encontrar um ambiente e uma gestão que enxergue além das suas possibilidades ou, melhor dizendo, é fundamental encontrar alguém que acredite no seu potencial. E, se o seu desejo é ingressar no ramo da tecnologia, também é preciso agarrar a chance (e a sorte) de encontrar alguém que entenda que, por trás das máquinas, existe gente. Para você, gestor, a grande sacada é ter a expectativa correta sobre cada indivíduo à sua frente e saber o que esperar em cada situação. Sem medo de errar, pois afinal, somos todos humanos.

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* Ruth Rigatieri é gerente de RH da WDC Networks/Foto: Arthur Tai