Por Noêmia Lucas*
Com o advento da globalização, da inserção das mídias sociais e das tecnologias da informação e da comunicação, gerando um consumo exacerbado, diferente dos padrões tradicionais de consumo, as organizações necessitam urgentemente formar líderes capazes de gerir a mudança com toda essa velocidade que se apresenta.
Vivemos em uma sociedade em metamorfose permanente; o papel do líder na construção de uma organização coerente, consistente e geradora de resultados é indispensável. Com essa mesma evolução, já não há mais espaço para um líder que conhece novos produtos, novas tecnologias e agiliza os processos. O novo líder que o mercado requer precisa possuir múltiplas habilidades, como lidar com os novos modelos mentais na sua equipe, nos clientes e na sociedade, a fim de entendê-los e assim relacionar-se melhor, fidelizando-os.
Estamos vivendo a era da diversidade, da inclusão e do conhecimento e, para a sustentabilidade do negócio, independentemente do seu segmento, o líder precisa estar atento para identificar as necessidades, as novas tendências, ter um planejamento estratégico de todas as ações, buscar a educação continuada e agir em tempo.
“Nada é permanente exceto a mudança.” É preciso trabalhar baseado nessa frase. A mudança é cíclica e exige adequação contínua; já não há espaço para os velhos modelos, velhos padrões. O novo líder precisa ser visionário, proativo, participativo, consultivo, capaz de assumir riscos com sua equipe.
Os líderes eficazes conseguem criar valor de forma eticamente sustentável, de forma equilibrada: clientes que trazem a receita desejada, empregados que inovam e produzem mais, melhor e com um custo reduzido, fornecedores que alavancam a oferta da empresa, acionistas que apostam na empresa e mantêm o nível de investimento necessário…
É cada vez mais comum ouvir o termo “apagão de talentos”. É preciso concordar que a quantidade de pessoas qualificadas para a oferta de oportunidades é desproporcional, e a preocupação torna-se maior quando olhamos para a base da pirâmide e observamos a orientação, a capacitação que recebem dos seus líderes.
Pior do que uma base sem a qualificação desejada é pensar em equipes numerosas sem comando e uma liderança despreparada para os desafios impostos por esse cenário de incertezas e grande competitividade.
Empurradas pelo crescimento acelerado da economia, as empresas buscam expansão e resultados significativos. Para que isso ocorra, há a necessidade de pessoas qualificadas. A falta destas faz com que as empresas identifiquem profissionais que já fazem parte da equipe e se destacam por uma ou outra habilidade e os promovam precocemente, assumindo o posto de líder sem um treinamento efetivo para que as habilidades e competências necessárias sejam desenvolvidas e amadurecidas, principalmente quando este é promovido para liderar a equipe da qual fazia parte.
É indispensável o preparo para que se desprenda dos vícios da época de “liderado”, para entender e desempenhar bem o seu atual papel, com harmonia e aceitação dos colegas.
O objetivo não é criticar, apontar defeitos ou falta de preparo dos atuais líderes, e sim, levá-los a entender as consequências dessa falta de preparo na relação com esse tripé: liderados, sociedade e empresa.
A prática mostra que a falta do preparo necessário tem feito com que os líderes não desempenhem com habilidade o seu papel, principalmente ao delegar responsabilidades à equipe, ao promover o desenvolvimento da equipe e valorizar os resultados obtidos, dar feedback. Exatamente as são ações que, quando bem desempenhadas, motivam, envolvem a equipe e, consequentemente, retêm esses talentos.
Com as pirâmides cada vez mais horizontais, surge a maior necessidade de um líder consultivo, participativo, que saiba como motivar cada membro da sua equipe, identificando seus talentos, seus gaps, entendendo suas necessidades e levando-os ao seu ápice, dando a todos uma sensação de pertencimento, de capacidade e o reconhecimento de suas ações junto à empresa.
O que vemos com frequência são chefes. Eles administram, são operacionais, planejam, orçam e resolvem problemas com extrema maestria, mas isso nem sempre significa que ele seja um bom líder. Porque líder é alguém que consegue inspirar e influenciar pessoas à ação e excelência. Administração é o que você faz, liderança é quem você é. Atentemos para diferença.
*Noêmia Lucas é presidente da ABRH-SE e gerente de RH das lojas Pisolar.