42,8% dos jovens contratados dão parte de seu ganho para a família
Alternativa que favorece a entrada de pessoas entre 14 e 24 anos no mercado de trabalho em um período de alto desemprego, o programa Jovem Aprendiz foi foco de uma pesquisa realizada pelo Instituto Via de Acesso. O objetivo foi entender melhor o programa e estruturar novas diretrizes para o mercado.
Coordenado por Letícia Pinho, socióloga da ONG, o levantamento entrevistou 816 pessoas contempladas pelo programa durante o segundo semestre de 2018. Entre os principais dados, a pesquisa aponta a baixa renda familiar dos entrevistados: em 35,7% dos casos, a família recebe até 2 salários mínimos; 42,8% pertencem a famílias com ganhos de 2 a 4 salários; 16,9% ganham de 4 a 10 salários; apenas 1,1%, de 10 a 20; e 0,5% pertence a faixas mais altas.
Com isso, o trabalho desses jovens impacta a composição da renda familiar, sendo que 42,8% dão parte do que ganham para o sustento da casa e 16,9% declararam que dão tudo o que ganham.
Para 83,8%, o trabalho como aprendiz possibilitou o desenvolvimento profissional. Após essa experiência, 57,8% dos jovens se consideram preparado para atuar no mercado de trabalho e 12,4% dos jovens se consideram muito preparados.
Segundo o Ministério do Trabalho, entre janeiro e junho 227.626 jovens foram contratados como aprendizes no Brasil. O potencial de contratação é de 953.721. Em São Paulo o potencial de contratação é de 313.212 e até o mês de junho de 2018 foram contratados 65.634 jovens. Ainda há muito espaço para o desenvolvimento do programa e para uma maior inserção desses jovens no mercado de trabalho.
De acordo com o IBGE, no segundo trimestre de 2018, a taxa de desocupação na faixa etária analisada foi de 26,6%, mais que o dobro da média nacional, que é de 12,4%. São aproximadamente 4,154 milhões de jovens que estão sem emprego no Brasil.
DIVERSIDADE
Mesmo que timidamente, os números demonstram que já é possível notar a presença maior da população LGBT: 80,26% dos jovens se declararam heterossexual; 12,86%, bissexuais; 2,70% como gays; e 1,96% como lésbicas; 2,20% preferiram não responder.
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