ABRH Brasil

O uso estratégico da IA pode otimizar processos e fortalecer a experiência dos colaboradores

Conhecemos os processos que permeiam a jornada dos nossos colaboradores e temos à disposição uma tecnologia com capacidade de análise surpreendente, mas como integrar ambos? Nesta edição do CONARH, ganhamos muito aprendizado ao trazer os debates sobre Inteligência Artificial (IA) e people analytics para a ótica da experiência humana.

Segundo uma pesquisa de 2024 da RecruitBetter, 88% das empresas globais já utilizam IA em processos como recrutamento. Além disso, dados da Career Builder Survey (2024) mostram que 93% das empresas que implementaram automação em processos de RH relataram economias significativas de tempo, enquanto 67% perceberam reduções nos custos operacionais.

Esses números mostram que a integração da IA e da automação no RH não é apenas uma maneira de ganhar eficiência; é uma oportunidade para repensar a forma como gerenciamos nossas equipes e como podemos tornar o local de trabalho mais ágil e dinâmico.

Junto a essa abordagem, é fundamental que a gestão de pessoas ofereça ambientes que incentivem o aprendizado e desmistifiquem os receios que os profissionais ainda enfrentam, quando o assunto é IA.  O olhar humanizado para o tema, ajuda na compreensão do papel da tecnologia: fornecer insights e alertas, enquanto os humanos continuam sendo os responsáveis pelas decisões finais.

Desenvolver uma cultura organizacional que prepare os colaboradores para usar a tecnologia de forma segura e responsável é crucial. Essa preparação não envolve apenas o conhecimento técnico, mas também o entendimento dos limites éticos e das melhores práticas para a aplicação da IA, em cada organização.

Quando os profissionais estão treinados para tomar decisões informadas e conscientes, o uso da tecnologia se torna mais eficaz, diminuindo os riscos de erros e maximizando os benefícios que a IA pode trazer. E essa visão estratégica pode começar no RH, que desempenha um papel central na formação e disseminação de práticas que influenciam o comportamento e o desenvolvimento dos colaboradores.

Em áreas como recrutamento, treinamento e desenvolvimento, por exemplo, a sensibilidade e a capacidade de julgamento humanos são insubstituíveis. Já a IA, pode atuar na identificação de dados e padrões de desempenho que indiquem a necessidade de treinamento, entraves na jornada do colaborador e até indícios de burnout.

Mas o uso de IA e people analytics no RH vai além da automação de tarefas. Ao liberar o departamento de tarefas operacionais repetitivas, como triagem de currículos e monitoramento de desempenho básico, essas ferramentas permitem que o RH se concentre em um papel mais estratégico. Assim, é possível criar iniciativas que impactam diretamente a cultura organizacional, desenvolvimento de lideranças e engajamento dos colaboradores. Essa construção, alinhada às pessoas e à tecnologia, permite o alcance de objetivos de longo prazo.

O grande ganho do uso de tecnologias não está apenas na coleta de dados, mas na capacidade de interpretá-los e de aplicar os aprendizados para organizar ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. Redução de custos ou o aumento da velocidade dos processos são consequências secundárias, o ganho principal, que devemos buscar é a criação de organizações eficientes, em que as pessoas estão preparadas para tomar decisões assertivas.

O futuro do RH é híbrido: ele é tecnológico e essencialmente humano. À medida que continuamos a evoluir, o desafio será manter esse equilíbrio, garantindo que, no centro de tudo o que fazemos, estejam sempre as pessoas.