Atitude empreendedora humanizada: o futuro da gestão de pessoas com alma e estratégia

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Haliny Torres de Oliveira Camara

Sarah Fantin de Oliveira Leite Galvão

Quando falamos em empreendedorismo, é comum pensar em abrir um negócio, correr riscos ou lançar uma ideia inovadora. Mas a atitude empreendedora vai além: trata-se da capacidade de ler contextos, mobilizar recursos e propor soluções criativas e viáveis para problemas reais. Essa postura não se restringe ao mundo dos negócios e tem impacto direto na gestão de pessoas, que hoje enfrenta o desafio de conciliar resultados e humanidade.

As organizações vivem um paradoxo. De um lado, exigem alta performance, métricas e estruturas rígidas; de outro, lidam com colaboradores que buscam sentido, reconhecimento e equilíbrio. Como sustentar competitividade sem perder o humano? É nesse ponto que a humanização se apresenta não como discurso, mas como estratégia, capaz de gerar engajamento real, retenção de talentos e resultados sustentáveis.

Empreender na gestão de pessoas significa reconhecer a singularidade de cada colaborador e, a partir dela, criar práticas inovadoras de liderança, comunicação e desenvolvimento. É romper com a lógica do controle para adotar a lógica da criação de valor compartilhado. Essa postura exige líderes atentos, corajosos e empáticos, que não se acomodam a modelos prontos e ousam criar novas formas de engajar e cuidar das pessoas.

Ousadia, aqui, não é improviso. É a capacidade de construir estratégias que integrem diversidade, saúde emocional e inovação cultural. Se a diversidade é uma realidade, cabe ao RH transformá-la em potência. Se a saúde emocional é uma demanda crescente, cabe às empresas criar ambientes de equilíbrio e pertencimento. Se a comunicação se fragmenta, cabe às lideranças investir em linguagens mais humanas, capazes de gerar vínculos de confiança.

Competências empreendedoras não pertencem apenas a quem decide abrir uma empresa. Elas dizem respeito a todos os profissionais que desejam inovar, colaborar e se desenvolver estrategicamente. No contexto da gestão de pessoas, isso significa antecipar cenários, construir redes de colaboração, propor soluções criativas sem perder a viabilidade, liderar com coerência e transformar interações em aprendizado. Mais do que uma vantagem individual, essas competências tornam-se motor de transformação organizacional.

A humanização é parte indissociável dessa atitude empreendedora. Pessoas não querem apenas salários justos: querem reconhecimento e conexão com propósito. Quando encontram isso, entregam mais, criam mais e permanecem mais engajadas. A humanização não concorre com os indicadores de desempenho; ela os sustenta. Empresas que colocam a dignidade no centro atraem talentos, fortalecem culturas e constroem marcas empregadoras sólidas.

O futuro da gestão de pessoas será definido pela coragem de empreender naquilo que é mais essencial: as relações humanas. Humanização e atitude empreendedora, quando caminham juntas, unem inovação e cuidado, estratégia e empatia, resultados e pertencimento. Mais do que tendência, esse é um projeto de futuro.

E aqui fica a provocação: se empreender é transformar realidades, qual realidade a sua organização está disposta a transformar ao colocar as pessoas verdadeiramente no centro?

Referência:

GALVÃO, Sarah Fantin de Oliveira Leite; CÂMARA, Haliny Torres de Oliveira. Gestão empreendedora de pessoas: conectando liderança, inovação e humanização. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2025.

Por: ABRH Brasil

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