Na perspectiva de Gestão de Pessoas, o futuro é algo que acontece diariamente. Tecnologia, inteligência artificial e mudanças cada vez mais rápidas tornam necessário que os profissionais da área estejam preparados para lidar com o novo, mas, principalmente, com o impacto disso no dia a dia das pessoas. É importante considerar o fator humano dentro de todo o contexto, pois quem vai liderar, inspirar e preparar esse caminho em constante transformação? Falar em futuro no RH não pode se resumir a tendências ou ferramentas. Precisamos pensar em como vamos criar ambientes mais humanos em meio a um mundo cada vez mais digital.
Nesse contexto, e dentro do cenário bem configurado pelos já conhecidos acrônimos VUCA/BANI, é exigido dos profissionais de RH um olhar cada vez mais atento às pessoas, principalmente no que se refere a estratégias de saúde mental e inteligência emocional, bem como ao desenvolvimento de equipes e lideranças. O RH precisa se antecipar e protagonizar as mudanças que aproximem as pessoas do centro da discussão, direcionando os trabalhos para o que de fato é necessário e relevante.
Outro ponto fundamental é que o RH tenha seu olhar na mesma direção da organização e que possa orientar as pessoas nesse sentido. De nada adianta investir em estratégias desalinhadas da realidade organizacional, que não contribuam para o sucesso do negócio. O RH precisa ser mais que parceiro: precisa ser protagonista, conectando o propósito da empresa, a inovação e as pessoas. Alinhado a isso, deve ter um olhar atento e cuidadoso para a cultura organizacional e para todas as práticas de gestão que envolvem também as necessidades atuais e futuras do negócio.
Ao reconhecer essa importância estratégica da gestão de pessoas, entendendo que o futuro já está acontecendo, o RH precisa voltar o olhar também para suas próprias necessidades e para as competências que precisa desenvolver. Aprender, desaprender, desapegar de preconceitos e crenças, ter um olhar inclusivo e enxergar a diversidade como uma oportunidade que contribui para o crescimento da organização.
É relevante, ainda, sair de um suposto “lugar de fala”, perguntando mais, deduzindo menos e utilizando tecnologia e dados para que as decisões — principalmente as relacionadas às pessoas — sejam embasadas e coerentes com a realidade, sustentando toda a estratégia organizacional e os desafios que se apresentem.
O futuro do RH não é algo para amanhã. Nós, como profissionais atuantes, precisamos ter nossa inteligência conectada a dados e manter nosso coração humano, unindo tecnologia, dados e sensibilidade para tomar decisões complexas, porém assertivas.
Daniele Martos Mangualde
Gerente Executiva de Recursos Humanos do Sistema Transporte