Superando o receio da adoção: 3 abordagens para um RH protagonista com IA

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Marcelo Porto

O que você pensa quando ouve falar de Inteligência Artificial (IA)? Muitos profissionais de RH ainda têm uma visão cética sobre essa tecnologia. A IA parece algo distante e futurista, gerando incertezas sobre o papel humano nas operações e os desafios que ela pode trazer ao RH. No entanto, a IA não só pode como deve ser a chave para transformar o RH e impactar o futuro do trabalho.

Nos últimos tempos, a IA tem mostrado seu potencial de transformação não apenas nos departamentos de TI, mas também em áreas como o RH. Mas, para que isso aconteça de forma eficaz, é necessário adotar um novo papel e entender como a IA pode ser aplicada em três pilares fundamentais:

1. RH como líder da mudança cultural

O primeiro pilar é o papel cultural do RH. Para muitas empresas, o RH é visto como o setor responsável apenas por processos operacionais e burocráticos. No entanto, o verdadeiro poder do RH reside em sua capacidade de liderar uma mudança cultural, que envolve a adoção de novas tecnologias e a obtenção de resultados concretos com elas.

Hoje, a maior barreira à adoção da IA não é a tecnologia em si, mas a resistência cultural dentro da organização. Para o RH, é fundamental desmistificar a IA e mostrar que ela não é uma ameaça, mas uma ferramenta para empoderar os colaboradores, simplificando tarefas e liberando tempo para o que realmente importa: o desenvolvimento de pessoas e a criação de estratégias que agreguem valor à empresa.

Imagine que a IA seja um novo colega de trabalho. Em vez de vê-la como alguém que vai ocupar seu lugar, pense nela como um assistente que vai ajudar a realizar o trabalho de forma mais rápida e eficaz. Isso significa que o RH deve ser o propulsor dessa mudança, responsável pela integração e, principalmente, pelo preparo dos colaboradores.

Menos barreiras técnicas, mais adaptação

Quando falamos sobre a adoção de novas tecnologias, o RH, tradicionalmente, se vê diante da necessidade de treinamentos técnicos complexos, que muitas vezes exigem meses de preparação e adaptação. Anteriormente, os sistemas exigiam treinamentos intensivos para que os profissionais da área se familiarizassem com os novos processos. No entanto, a IA mudou essa dinâmica.

Ao contrário das tecnologias anteriores, a IA é mais intuitiva e focada na interação. O design da maioria das ferramentas de IA, como os agentes conversacionais, é voltado para a facilidade de uso, permitindo que os profissionais de RH operem as ferramentas sem a necessidade de treinamento técnico complexo.

2. RH como criador de experiências inteligentes

O segundo pilar para garantir o uso estratégico da IA é criar experiências inteligentes para os colaboradores. A IA não deve desumanizar o trabalho da equipe. Pelo contrário, ela deve ser usada para aprimorar as interações com os colaboradores, tornando o atendimento mais rápido, eficiente e personalizado.

Imagine que um colaborador deseje saber quando poderá agendar suas férias. Com o uso de agentes de RH, esse colaborador pode obter a resposta imediata, além de executar o pedido, sem precisar esperar pela validação. Isso libera os profissionais e o atendimento básico é resolvido de forma eficiente e sem erro.

Quando o RH lidera o uso da IA, isso não significa eliminar a intervenção humana. Pelo contrário, a IA libera o RH de tarefas operacionais, permitindo que o setor adote uma postura mais estratégica e analítica. Isso reflete uma mudança geral nos papéis de trabalho.

3. Aumento da produtividade do RH

A IA no RH tem o poder de transformar a produtividade ao automatizar tarefas repetitivas e operacionais. O profissional de RH não precisa mais se preocupar em verificar se todos os dados da folha estão corretos ou em validar manualmente horas extras ou faltas. A IA pode fazer isso automaticamente, com maior precisão e mais rapidez do que qualquer ser humano.

Com os agentes cuidando das tarefas operacionais, o papel do profissional de RH se desloca para a análise de dados e a previsão de tendências, como o comportamento dos colaboradores ou as necessidades de treinamento. E à medida que a IA obtém mais contexto e é integrada às regras de negócio, ela fornecerá insights claros para guiar o RH em itens críticos, como retenção de talentos e o planejamento de longo prazo.

O futuro do RH: mais controle e precisão

O RH tradicional sempre enfrentou a complexidade: diferentes legislações regionais, múltiplas regras de acordos coletivos e níveis variados de experiência entre os colaboradores. Essas nuances tornavam o trabalho desafiador e muitas vezes reativo. Porém, com agentes especializados e integrados, o RH agora tem a capacidade de antecipar e adaptar-se a essas complexidades com precisão e agilidade.

O futuro do RH já chegou, e a Inteligência Artificial não é uma simples ferramenta operacional; é uma aliada estratégica essencial para moldar o futuro do trabalho. Aqui na LG lugar de gente, acreditamos que o RH tem o poder de transformar radicalmente as organizações, e os agentes de IA serão o motor dessa revolução.

*Marcello Porto é Diretor de IA, Inovação e Inteligência Artificial na LG lugar de gente. Formado em Ciência da Computação pela Universidade de São Paulo (USP), também possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialização em Business pela Universidade da Califórnia. Possui mais de 20 anos de experiência no desenvolvimento de soluções para gestão de pessoas, tendo passado por diversas posições na LG nas áreas de Desenvolvimento, Vendas e Planejamento, atuando por 6 anos à frente da Diretoria de Produtos.  

Por: ABRH Brasil

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